Celebra-se, no primeiro Domingo de Maio, o Dia da Mãe. O costume de dedicar um dia do ano a honrar as mães, de modo especial, remonta aos princípios do século. Começou nos Estados Unidos, mas, rapidamente, estendeu-se a numerosos países, entre eles Portugal.
Durante muito tempo, o Dia da Mãe era celebrado, entre nós, a 8 de Dezembro, data da festa litúrgica da Imaculada Conceição. Essa coincidência fez esquecer, em muitas pessoas, a festa da Imaculada e foi então resolvido mudar a celebração do Dia da Mãe para o primeiro Domingo de Maio, salvo quando coincida com o Domingo de Pentecostes.
E qual o motivo de dedicar um dia à Mãe? Em primeiro lugar, exaltar a Maternidade, pois é por ela que a Mulher, juntamente com o Homem, participa no poder divino de transmitir a vida e não só transmitir, mas entregar a vida, por inteiro, aniquilando-se até ao extremo.
A vocação de Mãe é uma vocação de serviço e de amor e o amor materno é algo difícil de explicar. Conta-se que um rapaz, ávido de tomar posse dos bens, matou a mãe, arrancou-lhe o coração, meteu-o numa caixa e correu para um bosque, para, aí, a enterrar. Na corrida, caiu e ouviu sair da caixa uma voz que lhe disse, com imensa ternura: “Magoaste-te, meu filho?”. É uma lenda que quer evidenciar o que é o amor de Mãe.
No livro A Mãe, do Cardeal Mindszenty, podemos ler este relato comovedor. Um explorador, quando regressava de uma expedição, encontrou uma mulher índia, cheia de sangue e com muitas feridas. Depois de a tratar, perguntou-lhe a razão do seu estado. A mulher contou que a sua tribo estava em guerra com uma outra e ela teve de fugir, com o seu filhinho pequeno. Faminta, pois há muito que não comia, secou-se-lhe o leite e não podia amamentar o bebé. Então, com um anzol, arrancou a sua própria carne, fez dela isca, pescou uns peixes que comeu e assim conseguiu voltar a ter leite, para dar ao menino que estava a morrer de fome.
A Mulher pode assim chegar a heroísmos como o que acabámos de ler, no relato verídico. Mas ela é sempre um mistério. Mesmo sem ser mãe biológica, tem uma ternura e sensibilidade que ultrapassam, em muito, o homem. É na Maternidade que a Mulher atinge o auge, mas as suas potencialidades não se esgotam aí. Houve-as diplomatas, políticas, cientistas, guerreiras, escritoras, etc., muito distintas, mas nada nelas ofuscou a Maternidade.
O Dia da Mãe é um dia de festa e de gratidão dos filhos para com aquelas que lhes deram a vida. Mas não podemos deixar de lembrar, aqui, aquelas que, casadas, fecham, voluntariamente, as fontes da vida. Pior, porém, são as que matam os filhos antes de nascer, praticando o aborto ou que, depois de nascidos, os lançam numa qualquer lixeira.
Não podem ser para estas últimas as palavras tão belas de Matilde Rosa Araújo, em O livro de Tila: “Mãe! / Que verdade linda / O nascer encerra. / Eu nasci de ti, / Como a flor