Sexta-feira, 1 de Novembro de 2024
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Aeroporto da Região Turística do Vale do Douro com “luz verde”

A Associação de Municípios do Vale do Douro Norte aprovou, por unanimidade, na semana passada, o Plano Director do Aeródromo da Chã. Foi dado um passo importante para a criação do Aeroporto da Região Turística do Vale do Douro. O documento prevê um investimento total de 40 milhões de euros, distribuído por três fases, na […]

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A Associação de Municípios do Vale do Douro Norte aprovou, por unanimidade, na semana passada, o Plano Director do Aeródromo da Chã. Foi dado um passo importante para a criação do Aeroporto da Região Turística do Vale do Douro. O documento prevê um investimento total de 40 milhões de euros, distribuído por três fases, na evolução de um Aeródromo Secundário para um Aeroporto Regional.

Existe a expectativa de que, em 2010, a primeira fase esteja concluída, o que permitirá a utilização de uma pista de 1.300 metros, destinada a voos regionais e pequenos voos “charter”, num investimento inicial variável entre 5 a 10 milhões de euros.

Para gerir e explorar esta importante estrutura, a Câmara Municipal de Alijó pretende constituir uma parceria público-privada.

O Presidente do Município duriense, Artur Cascarejo, vê esta aprovação como “um passo importante e de consolidação para a concretização de um equipamento de que a região do Douro tanto precisa”.

O autarca avançou, ao Nosso Jornal, o modelo de gestão do espaço.

“Vamos, já nesta primeira fase, estabelecer uma parceria público-privada, para a exploração do aeródromo. Eu penso que uma Câmara não tem, à partida, apetência para explorar este tipo de infra-estruturas. Nós queremos, no fundo, contribuir para que a mesma nasça, cresça, se desenvolva e que possa corresponder à procura que já existe, neste momento. Enquadra-se, obviamente, nos investimentos que estão previstos para o Douro, na globalidade, e para o concelho de Alijó, em particular, para o turismo. Sabe-se que há uma parceria entre o Villa Sol e a Real Companhia Velha, para investimentos na área do Golfe, no nosso concelho, onde pretendem construir dois campos, um a Norte e outro a Sul. O campo a Norte é relativamente perto desta infra-estrutura e era absolutamente determinante, para o próprio projecto do Golfe, ter um acesso aéreo directo, o mais perto possível desses mesmos investimentos. E, como querem criar um destino turístico de Golfe, no Douro, vão poder levar os turistas para esses campos e para as unidades hoteleiras que, entretanto, vão surgindo, cada vez mais, no Vale do Douro”.

Porém, a estratégia da influência do Aeroporto Turístico do Vale do Douro é mais vasta. A Galiza fica ali, “à mão de semear”.

“Penso que a aposta de futuro será, claramente, nos aeroportos regionais. Vivemos na Europa das Regiões e, cada vez mais, há mais relações inter-regiões. Veja–se, por exemplo, actualmente, o grande incremento que estão a ter as relações Norte de Portugal/Galiza e, portanto, nessa perspectiva, julgamos que não é possível haver um turismo de alta qualidade, no Douro, sem um aeródromo que não possua as máximas condições de segurança e de conforto”.

Artur Cascarejo referiu, ainda, ao Nosso Jornal, que “o objectivo principal do aeroporto passa por constituir-se como uma pista para voos regionais, mas, sobretudo, para voos relacionados com pacotes turísticos. É este o nosso grande objectivo. Trazer o turista, directamente, para o Vale do Douro. Porque é um turista de qualidade, da gama média-alta, e, naturalmente, se tiver o acesso directo para a própria região, isso será uma mais-valia, em termos de oferta turística. Aliás, todos os operadores nos dizem isto mesmo. Hoje em dia, as pessoas querem rapidez e comodidade no acesso ao destino e, portanto, foram assim estes sinais do lado da procura turística que alavancaram este nosso desejo que, como sabe, é antigo. Começou no meu primeiro mandato e passa por transformar esta infra-estrutura de acesso aéreo não apenas ao concelho de Alijó mas a toda a região do Douro” – acrescentou.

Outra das vantagens que o futuro aeroporto vai ter terá a ver com as acessibilidades e a sua ímpar centralidade geo-estratégica, em termos regionais.

“O estudo de viabilidade técnica foi bem saliente, ao valorizar a localização e as acessibilidades. O nosso aeródromo está numa posição central, relativamente à Região Norte. Está, mais ou menos, a meio caminho entre a fronteira com a Espanha e o litoral português. Vai ficar com o IC5 praticamente ao lado e com uma ligação directa a esta importante via. Ou seja, estamos diante de uma acessibilidade intermodal, isto é, uma acessibilidade de ligação aérea conjugada com a ligação rodoviária. Vamos ficar, de facto, numa posição absolutamente privilegiada e, portanto, pensamos que este projecto tem todas as condições para alcançar aquilo que todos desejamos que é o acesso aéreo directo à região” – sublinhou Artur Cascarejo.

O início da obra da primeira fase da construção do Aeroporto da Região Turística do Vale do Douro terá de ser em 2009.

“À partida, vamos fazer a parceria público-privada, para avançar, depois de aprovada em reunião de Câmara e de Assembleia Municipal. Eu presumo que irão ser aprovadas e que os senhores vereadores e os senhores deputados irão dar o seu apoio a este projecto que é estruturante, não apenas para o concelho, mas para a região. Depois, avançará a parceria público-privada e, portanto, estamos crentes de que, em 2009, iremos avançar já com obras, no terreno, na tal pista de 1.300 metros” – adiantou o autarca.

Em valências, o futuro aeroporto acolherá o tráfego regional interno, táxis aéreos, aeronaves de privados e de instrução e treino, trabalho aéreo e aparelhos de combate a incêndios. Numa fase mais adiantada, poderá ser utilizado em linhas aéreas de médio-curso, operações comerciais não regulares e aviação executiva.

O Aeroporto da Região Turística do Vale do Douro será dotado de uma aerogare, terminal de carga, torre de controlo, “hangares”, central eléctrica de emergência, parque de instrumentos “meteo”, rádio-farol, zona de combustíveis, posto avançado de socorros, torre de informação e instalações sociais para aero-clube. Será aberta a utilização de frotas regionais e de médio curso.

Este Plano Director do Aeródromo da Chã foi elaborado pela POPLANO, uma das mais conceituadas empresas ligadas ao sector da aviação. Foi ela que elaborou o documento da construção do Aeroporto de Macau.

 

 

José Manuel Cardoso

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