Até ao final do ano deverá entrar em funcionamento o Pólo de Chaves da Associação de Paralisia Cerebral (APC) de Vila Real, um equipamento que irá funcionar numa antiga escola primária, cedida pela autarquia, e que contou com o apoio da Fundação EDP.
Com a possibilidade de criar extensões em diferentes pontos do distrito prevista nos seus estatutos, a ideia de instalar um pólo de intervenção na cidade flaviense já há muito era pensada pela direcção da APC, tendo recebido o impulso final para a sua concretização com a cedência do edifício de uma escola primária pela Câmara Municipal local.
“Já há muito tempo que tínhamos a ideia de criar pequenos pólos, mais próximos da comunidade e que garantissem os serviços, pelo menos ao nível da reabilitação”, sublinhou Cláudia Carvalho, técnica de acção social e chefe de divisão da APC vila-realense.
Pensado com o objectivo de “salvaguardar que todas as pessoas tenham iguais direitos e qualidade de serviço”, o pólo de Chaves da APC precisava então de ser “dinamizado”, o que será possível graças também ao apoio da Fundação EDP, conseguido na sequência da aprovação da candidatura de um projecto que vai permitir “equipar as instalações”.
Actualmente, já estão em curso os trabalhos de requalificação do novo pólo, prevendo-se que até ao final do ano este esteja a funcionar em pleno.
Cláudia Carvalho referiu ainda que a criação do novo serviço em Chaves beneficiará o trabalho desenvolvido no âmbito do Apoio Técnico Precoce, agora denominado de Intervenção Precoce na Infância, uma alteração que dividiu responsabilidades de actuação entre três instituições do distrito, cabendo à APC a cobertura de toda a zona norte do distrito. “Ficamos com a zona de Montalegre, Chaves, Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar”, entre outros concelhos, “onde vamos trabalhar com crianças dos zero aos seis anos”, explicou a técnica de acção social, lembrando que, graças ao novo pólo, torna-se mais fácil a intervenção, uma vez que a equipa “mais rapidamente se desloca aos jardins-de-infância ou a casa dos utentes”.
Cláudia Carvalho sublinhou ainda a importância da criação do Pólo no que diz respeito à necessidade de “ter uma porta aberta para as pessoas entrarem em contacto” com a instituição, para fazerem “as suas questões e tirarem as suas dúvidas”.
Apesar de consciente de que não será possível conseguir uma equipa técnica em exclusivo para cada pólo, a APC mantém o objectivo de criar novas extensões, espaços que estejam mais próximos das comunidades, mais próximos dos utentes, que assim deixarão de fazer tantas viagens.
No ano em que completa duas décadas de existência, a Associação de Paralisia Cerebral de Vila Real vai ver concretizados outros dois sonhos no que diz respeito a infra-estruturas, um dos quais é o Lar Residencial, um edifício construído de raiz no terreno anexo à actual sede da instituição e que vai contar com um investimento de cerca de um milhão de euros (comparticipado em 85 por cento por fundos comunitários através do Programa Operacional Potencial Humano), servindo 14 utentes.
Outro dos projectos que deverá começar a sair do papel ainda este ano é a Quinta Pedagógica, um espaço vocacionado para as hortícolas, e as flores, com “diversos pontos de estimulação sensorial”. “Às vezes, com pequenas coisas, conseguimos fazer muito”, defendeu Cláudia Carvalho, revelando que o objectivo é criar um espaço de lazer condigno onde, sempre que possível, também se possam desenvolver, por exemplo, as actividades do Centro de Actividades Ocupacionais.
Também para a criação da Quinta Pedagógica, a APC pôde contar com o apoio de “amigos”, desta vez do Hipermercado Continente que, em colaboração com o cantor Tony Carreira, através do projecto “Tour dos Sonhos”, escolheu apoiar a candidatura da instituição vila-realense.
Em relação ao que os vila-realenses podem fazer para ajudar a APC, a técnica é peremptória a considerar que o primeiro passo é conhecerem a Associação, visitarem as instalações e tomarem conhecimento da sua actividade e das suas necessidades. “A maior parte das pessoas não têm a noção do tamanho desta casa”, admitiu Cláudia Carvalho, adiantando que há muitas formas de apoiar.