O presidente da associação não esconde que “a principal fonte de receita é o transporte de doentes não urgentes”, mas esta tem “um senão, o valor unitário do quilómetro é muito baixo para a realidade de um serviço que é, cada vez mais, qualificado”.
Além disso, a situação agrava-se quando se fala nos pagamentos destes serviços. “Temos custos mensais com o pessoal na ordem dos 50 mil euros. Se considerarmos que os prazos de pagamento destes serviços atingem os quatro a cinco meses, é necessária uma ginástica financeira muito grande”, lamenta, destacando “o trabalho da Liga dos Bombeiros Portugueses nos últimos anos”.
“O prazo de 4/5 meses estava, há pouco tempo, nos 10/12 meses. É uma batalha que tem dado frutos”, revela, adiantando que “recentemente, o valor unitário subiu cerca nove cêntimos, está agora nos 0,60€. Há estudos que dizem que o valor justo rondaria os 76/78 cêntimos, ainda assim muito aquém do ideal”.
“Os bombeiros têm de ser reconhecidos e compensados pelo serviço que prestam”
Sílvio Santos – Presidente
A isto junta-se “a abrupta subida dos combustíveis” que, segundo o presidente da associação, “foi quase asfixiante. Passámos de uma fatura mensal de 14 mil para 24 mil euros, no que diz respeito aos gastos com combustível. Têm sido meses muito difíceis”.
Outra das dificuldades passa pelo recrutamento, com Sílvio Santos a lamentar que “pouco ou nada se tenha feito relativamente ao estatuto bombeiro”, criando atratividade na carreira. “Há algumas regalias, como o reembolso de propinas, mas um salário mínimo nacional no seu máximo para alguém que arrisca a sua vida todos os dias, parece-me muito pouco”, critica, lamentando, também, “os valores que são liquidados aos voluntários em altura de verão. O Estado disponibiliza uma verba específica para isso, mas estamos a falar de 2,50€ por hora. Vamos continuar a lutar para que estes homens sejam devidamente reconhecidos e compensados pelo serviço que prestam”.
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