Segundo o documento, ao qual a VTM teve acesso, “o passivo do município aumentou cerca de 270 por cento entre 2003 e 2011, passando de aproximadamente 9,5 milhões de euros para 35,3 milhões”.
O balanço da auditoria, que a Câmara Municipal contratualizou com a empresa KPMG, revela que nos anos seguintes, “o passivo apresentou uma redução para aproximadamente 31,4 milhões”, um valor registado a 20 de outubro de 2013.
Entre as “principais conclusões” está também a indicação de que “o valor percentual de crescimento do passivo mais elevado ocorreu no exercício de 2009, com uma taxa de 49 por cento”. “Neste ano o Município obteve um empréstimo no âmbito de um programa de saneamento financeiro, num valor aproximado de nove milhões de euros, que se destinava a efetuar pagamentos a fornecedores correntes e de capital. Contudo, a utilização “não se traduziu numa diminuição global das dívidas a fornecedores, na medida em que a dívida paga com o montante recebido ao abrigo deste programa foi substituída por dívida proveniente de novas empreitadas”, revela o relatório da auditoria, ente muitas outras conclusões.
O documento, que foi classificado pela empresa responsável, como confidencial, foi apresentado ao executivo alijoense no dia 29 de janeiro e ontem passou à discussão na reunião ordinária da Assembleia Municipal, que contou na ordem de trabalho com mais cinco pontos.
Segundo o atual presidente de Câmara, Carlos Magalhães, a auditoria “permite conhecer a real situação do município aquando da tomada de posse deste executivo”. “Este documento será uma ferramenta de trabalho, em nosso entender imprescindível, para quem assume a responsabilidade de gerir os destinos de um município em desequilíbrio financeiro estrutural e que estará sujeito a um programa de ajustamento financeiro nos próximos 20 anos que, obviamente, condicionará o futuro de todos nós”, considerou o autarca na reunião do executivo em que o relatório foi apresentado.
A reunião ordinária da Assembleia Municipal começou de manhã e prolongou-se para o período da tarde, não tendo sido possível à VTM obter reações dos deputados sobre os resultados da auditoria.