A ANACOM divulgou, na quinta-feira, uma recomendação aos CTT, no sentido de manter um balcão dos correios em todas as sedes de concelho, uma posição que surge três meses depois de anunciada numa reunião com os autarcas transmontanos, em outubro de 2018.
Entretanto, encerraram 30 estações dos correios no país, entre elas a de Vila Flor, a única no território desta CIM, que critica o papel da ANACOM.
“Fizemos reunião em outubro. Passados três meses, e depois de todas as providências cautelares, vem a reboque das nossas pretensões”, afirmou Artur Nunes, presidente da CIM.
O autarca defende que a recomendação do regulador “devia ser mais efetiva e dizer claramente, ao concessionar, que deverá ter sempre uma estação de correio em cada um dos concelhos.
Os autarcas desta CIM, que abrange os concelhos de Bragança, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Vimioso, Vinhais, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor e Miranda do Douro, não querem que a solução para os correios passe por balcões em parceria com privados ou autarquias, mas por lojas oficiais dos CTT, pelo menos uma em cada concelho.
Vila Flor perdeu a 22 de dezembro o balcão oficial e o serviço passou para um privado. O presidente da câmara, Fernando Barros, anunciou recentemente que vai abrir uma segunda loja, mais central, numa parceria entre a autarquia e os CTT para melhor servir a população.
Ainda assim, Fernando Barros e os restantes autarcas da CIM defendem a reabertura dos balcões que encerrarem e que a empresa CTT assuma o serviço nas sedes de concelho.
Em tribunal continua a correr a providência cautelar interposta pela CIM, em que o primeiro subscritor é o município de Vila Flor, para reverter o encerramento.
A CIM assume a posição de que as parcerias não servem para prestar este serviço e reclama “uma estação oficial” dos correios.
“Só assim se mantém o serviço público de qualidade e de apoio à população e que a população também reconheça que a estação dos correios é um bom serviço, uma presença ativa do Estado, dos correios”, considerou.
As mudanças feitas pela empresa no serviço postal e distribuição, nomeadamente a centralização de serviços, têm tido outras consequências, segundo foi também referido na conferência de imprensa em que a CIM juntou os nove autarcas para assumir uma posição sobre o assunto.
A presidente da Câmara de Alfândega da Fé, Berta Nunes, indicou que a estratégia “está a gerar devoluções da correspondência superior ao habitual”.
A autarca concretizou com o exemplo de três pessoas deste concelho que foram chamadas para uma junta médica e não receberam as convocatórias.