Domingo, 19 de Janeiro de 2025
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BE acusa executivo de ser “negligente” com o património da cidade

Na semana passada, a VTM deu conta da preocupação de vários arqueólogos para com o estado em que se encontra a arte rupestre de Vila Real.

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Em causa, as obras na rua Marechal Teixeira Rebelo onde, de acordo com João Viegas, presidente da IHSHG, existia “um afloramento granítico que contém gravuras rupestres” e que agora está a ser posto em causa.

Esta segunda-feira, o Bloco de Esquerda (BE) de Vila Real reuniu-se com a IHSHG. Para os bloquistas, “o desenvolvimento e modernidade da cidade não podem ser feitos à custa da destruição do Património”.

Segundo Luís Santos, do BE, “esta é uma situação que se tem vindo a repetir em Vila Real ao longo dos anos, com os vários executivos”. “Neste caso, o alerta recai sobre o atentado patrimonial, praticado de forma negligente, em vestígios de arte rupestre, que se estimam ser anteriores à data de fundação do primeiro núcleo urbano de Vila Real”, acrescenta.

“Este alerta já foi feito ao executivo há sensivelmente um ano, mas parece que de nada adiantou e, por isso, o BE está preocupado com a forma como o município trata o património”, realça.

Luís Santos relembra que “este não é caso único”, dando como exemplo os casos recentes da Panificadora Nadir Afonso, a Ponte de Torneiros e também o caminho romano da Campeã.

“O executivo falhou, e tem vindo a falhar, porque não providenciou o estudo do património local. Cabe-lhe estudar os locais de possível interesse patrimonial, garantindo a sua preservação, bem como dar a conhecer o património aos vila-realenses”, afirma o bloquista.

“É importante realizar investigação de âmbito local neste campo porque podemos estar perante a presença de mais vestígios arqueológicos de valor incalculável”, refere, reforçando que “talvez esteja na hora de os serviços municipais terem um gabinete permanente que garante o acompanhamento da temática do património, porque a modernidade é compatível com o antigo, e o futuro é, certamente, compatível com a memória”. 

Recorde-se que o vereador Adriano Sousa, responsável pelo pelouro do urbanismo, confirmou a existência de referências rupestres, mas que “não estão inventariadas no património arqueológico”. Ainda assim, garante, “o projeto de reabilitação da rua Marechal Teixeira Rebelo foi feito de forma a não interferir com aquele afloramento rochoso”.

Adriano Sousa lembra ainda que a autarquia tem vindo a defender a história da cidade, dando como exemplo a recuperação da Central do Biel.

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