Foi com a marcação das grandes penalidades que ficou decidida a segunda edição do Troféu Futsal de Montalegre, depois do 3-3 no tempo regulamentar. A vitória sorriu ao Benfica que sofreu a bom sofrer para levar a melhor diante do Boticas. Duas equipas que chegaram à final depois de terem derrotado, na véspera, as formações do Macedense (Boticas, 7-2) e do Contacto (Benfica, 6-4).
Privado dos principais jogadores portugueses, que estiveram em representação de Portugal no VI Grand Prix, no Brasil, o Benfica foi surpreendido, na primeira parte, por um Boticas compacto e eficaz. Os dois golos de vantagem da turma barrosã traduziam um colectivo solidário que empolgava um pavilhão desportivo de Montalegre, longe de esgotar. Este marchar de acontecimentos enervou o banco liderado por Paulo Fernandes que dava sinais de irritação não só pelo esbanjar dos atletas benfiquistas como também por algumas decisões da equipa de arbitragem.
O intervalo fez bem ao Benfica. Todavia, o golo que relançou o desafio tardava. Os encarnados dominavam mas não conseguiam marcar. O volte-face só apareceu nos 10 minutos finais quando Teka reduziu o marcador depois da insistência do brasileiro Diece, um diabo à solta cuja qualidade sobressaiu. A partir daí, foi o carrossel lisboeta que desmoronou a defesa botiquense que ficou atordoada pelas investidas da águia.
Porém, quando tudo já se preparava para a celebração da reviravolta do Benfica, eis que nos segundos finais o Boticas leva a decisão para as grandes penalidades. Um justo prémio para o labor do conjunto barrosão que deu mostras do bom investimento que se tem feito no Barroso nesta modalidade.
Na lotaria do “penalty”, foi mais feliz o Benfica que aproveitou a falha do brasileiro Fabinho.
O técnico do Benfica, Paulo Fernandes, reconheceu dificuldades na conquista da segunda edição do Troféu Futsal de Montalegre: «foi difícil mas temos que ver que o Benfica estava muito limitado. A verdade é que fomos surpreendidos por um golo madrugador o que veio complicar a nossa estratégia. Depois assumimos as despesas do jogo. No intervalo, falamos, vimos o que não estava bem e acertamos as coisas. No geral, penso que fomos um justo vencedor».
Em relação ao que viu em Montalegre, o treinador campeão nacional, referiu: «foi uma grande surpresa. Nunca cá tinha estado. É um magnífico pavilhão com uma infra- -estrutura muito boa. Penso que Montalegre com uma estrutura destas, as equipas da região não se podem queixar por falta de condições, seja qual for a modalidade. De resto, é uma vila alegre, gostei do hotel e prometo que vou voltar».
Do outro lado, imperou a tranquilidade. Emídio Rodrigues, treinador do Boticas, preferiu destacar a importância do ritmo competitivo que a formação barrosã adquiriu neste quadrangular de Montalegre: «saímos daqui muito satisfeitos. Mantivemos o ritmo competitivo que era o mais importante. A partir de agora, a nossa atenção centra-se no campeonato. O nosso objectivo passa pela manutenção… espero que consigamos isso sabendo de antemão que é sempre complicado».
RESULTADOS
Boticas 7-2 Macedense
Benfica 6-4 Contacto
3/4 Lugares – Contacto 3-2 Macedense (3/4 lugares)
Final – Benfica 3-3 Boticas (5-3 após grandes penalidades)
Ficha Técnica
Jogo no Pavilhão Desportivo de Montalegre
Ao intervalo: 0-2
Resultado final: 3-3
Após grandes penalidades: 5-3
SL BENFICA: Vítor Hugo, Diego Sol, Davi, Pedro Costa (Cap.) e Diece.
Jogaram ainda: Carlos Paulo, Anilton, Teka e Simões.
Treinador – Paulo Fernandes
BOTICAS: Cláudio Martins, Lincon, Mancuso, Davide e Romário.
Jogaram ainda: Regufe, Tiago, Fabinho, Estrela (Cap.), Simas, Lando e Tiaguinho.
Treinador – Emídio Rodrigues
Marcadores: 0-1 Lincon (3m); 0-2 Simas (6m); 1-2 Teka (33m); 2-2 Pedro Costa (37m); 3-2 Pedro Costa (38m) e 3-3 Regufe (39m).
Nas grandes penalidades: 1-0 Diego Sol; 1-1 Romário; 2-1 Anilton; Fabinho falhou; 3-1 Pedro Costa; 3-2 Simas; 4-2 Davi; 4-3 Regufe e 5-3 Diece.