Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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Bombeiros ‘ficam a arder’ com despesas de alimentação

Numa altura em que já teve início a fase de maior risco de incêndios florestal, os soldados da paz demonstram o seu descontentamento por não terem recuperado o investimento feito em alimentação no ano passado com as equipas que, accionadas pelos CDOS, estiveram no terreno a fazer vigilância

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A Federação Distrital de Bombeiros de Vila Real divulgou, no dia seis, um comunicado onde denunciava que as corporações ainda não foram ressarcidas das despesas com a alimentação da fase Charlie de 2008 e da fase Alfa de 2009, numa dívida total que ronda os 56 mil euros.

Segundo Alfredo Almeida, presidente da Federação, “os custos com alimentação relativa às equipas de combate aos incêndios florestais na fase Charlie (Julho, Agosto e Setembro) de 2008 ainda não foram liquidados”, uma situação que poderá levar alguns comandantes “a pensar duas vezes” em vez de responder prontamente aos chamados do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) para missões de pré-posicionamento em dias de maior risco de incêndio florestal.

Fernando Mota, comandante dos Bombeiros da Cruz Verde de Vila Real, acredita que as corporações não vão responder este ano à Autoridade Nacional de Protecção Civil com a mesma prontidão, quando se fala em pré-intervenção e vigilância. “No ano passado chegamos a ter 15 homens no terreno em pré- -posicionamento, o que representa 30 refeições por dia”, contabilizou o comandante, referindo que as despesas do ano passado ultrapassam os quatro mil euros.

“Estamos a prestar um serviço à Autoridade Nacional”, sublinhou o comandante referindo que, apesar disso, “se por acaso houver uma avaria ou um acidente com uma viatura” é a corporação que terá que assumir os custos.

O comandante garante mesmo que se não forem muito bem esclarecidas as “regras do jogo” muitos comandantes não vão aceitar “com ligeireza” o chamado da ANPC para o pré-posicionamento, evitando assim que as associações ‘fiquem a arder’ no que diz respeito à recuperação do investimento exigido.

Também Álvaro Ribeiro, da Cruz Branca de Vila Real, contabilizou que à sua corporação deverão ser ressarcidos quase de 4,4 mil euros do ano passado e mais de 850 euros já deste ano.

O comandante acredita que a auditoria que está a ser feita para confirmar as facturas apresentadas não foca uma associação humanitária em geral, mas sim a totalidade das corporações do distrito.

“Tudo foi pago, inclusive parte das despesas com a alimentação”, frisou Carlos Silva, comandante Operacional Distrital de Vila Real, referindo, por exemplo, que foi entregue já às corporações os valores referentes às despesas com equipamentos, manutenção de viaturas e reposição de diverso material, estando agora a ser “analisada” a questão das refeições que, posteriormente deverá ser paga.

Segundo a Federação Distrital, quando as despesas foram apresentadas, a ANPC respondeu dizendo que estas não estavam orçamentadas, o que leva muitos comandantes a estarem pouco confiantes sobre a recuperação do investimento em alimentação.

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