O Governo decidiu não integrar qualquer investimento da região no PNPOT.
O PNPOT será o documento orientador de toda a estratégia do desenvolvimento territorial para os próximos anos, mas a região de Trás-os-Montes foi excluída. As acessibilidades de proximidade dos centros urbanos a territórios mais carenciados e as regiões transfronteiriças ficaram fora da estratégia. “As populações do Interior ficaram de fora, e acentua-se, assim, e cada vez mais, as diferenças entre o Litoral e o Interior. Arriscamo-nos a que em 2030 o país se reduza a uma língua de terra costeira e o resto será definitiva e literalmente paisagem”.
A não inclusão destas estruturas nucleares no PNI 2030 (Programa Nacional de Investimentos) vai acentuar as diferenças entre as duas realidades do país, Interior e Litoral.
“Serão precisas mais décadas para que estes projetos estruturantes vejam a luz do dia”, afirma o autarca, acrescentando que o “despovoamento acelerado, não é difícil de compreender, será uma consequência óbvia desta má decisão. Perda de valores endógenos, perda da diversidade cultural, perda de território em suma”.
Não é apenas Bragança a lutar pela anulação das assimetrias que se adivinham com esta decisão. As infraestruturas identificadas foram entendidas como nucleares pelos restantes municípios da CIM-TT.
A ineficácia das vias de comunicação estruturantes, nomeadamente o aeroporto, atingirá toda a região, quer por via do despovoamento quer por via do previsível decréscimo económico.