Sábado, 18 de Janeiro de 2025
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Campeonato Nacional de Ciclismo de Veteranos corre-se em Vila Pouca de Aguiar

Todas as atenções do ciclismo nacional vão estar viradas para Vila Pouca de Aguiar a 20 de maio, com a realização desta importante prova velocipédica. Pela primeira vez organizada pela Associação Regional de Ciclismo de Vila Real, a competição deverá contar com participação de vários nomes sonantes da modalidade, nomeadamente Manuel Zeferino, Rui Costa e Vítor Rodrigues. Numa altura em que o ciclismo de estrada no distrito tem vindo a perder o seu espaço para o BTT, esta prova pode representar um novo estímulo e mais um incentivo.

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Depois do fulgor vivido há alguns anos, o ciclismo competitivo de estrada no distrito entrou numa fase de penumbra. A falta de patrocinadores e de outros apoios institucionais, reforçado com a crise económica vigente, leva a que, neste momento, haja apenas uma equipa nesta modalidade de duas rodas e o seu impacto junto da juventude é pouco significativo. A suspensão da Volta a Trás- -os-Montes em 2010 acentuou esta tendência. Hoje, apenas um clube federado no distrito garante a sobrevivência competitiva do ciclismo de estrada: o Tourencinho/Irmãos Leite/Skoda de Vila Pouca de Aguiar.

Foi com este cenário de fundo que a atual direção da ARCVR resolveu apostar na realização de uma prova nacional no distrito e apresentou uma candidatura à Federação Portuguesa de Ciclismo, FPC, demonstrando que a modalidade, na valência de estrada, permanece viva. Além do interesse competitivo, esta iniciativa será uma excelente promoção turística para o concelho de Vila Pouca de Aguiar e também para a região.

O Nosso Jornal falou com o presidente da Associação de Ciclismo de Vila Real, Basílio Angélico, sobre esta prova e sobre a realidade do ciclismo no distrito. “Decidimos fazer uma candidatura à UVP-FPC em que pretendíamos levar a cabo uma prova de âmbito nacional. Fomos escolhidos pela Federação para organizar esta prestigiada prova de veteranos. Vai ser disputada em Vila Pouca de Aguiar, graças a uma parceria com o Moto Clube do Corgo e com a Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar”.

Marcada para 20 de maio (começa as 12h15 e termina por volta das 15h00) vai desenrolar-se em três escalões: Veteranos A (30 anos -39), B (40 a 49) e C (mais de 50 anos), cujo percurso utilizado será o mesmo, mas com quilometragens diferentes. É um troço de 19 km, os veteranos C farão 3 voltas, os B farão 4, e os A cinco voltas, estes cumprindo uma distância de quase 100 km. A partida será em frente à Casa da Cultura, e terá um circuito compreendido entre Vila Pouca – Pedras Salgadas – Martinho e regresso pela EN 216 à sede de concelho. “É um percurso difícil, com uma subida muito acentuada, com cerca de 6 km. Esperamos que seja uma prova de alto nível. Julgo que estarão ciclistas de renome nacional e que foram vedetas na modalidade, entre os quais Manuel Zeferino, Luís Machado, Vítor Rodrigues, entre outros. Será uma grande jornada de promoção para o ciclismo transmontano e de prestígio para o distrito de Vila Real, em que deverão participar cerca de 120 ciclistas”, realçou.

 

Falta de apoios e o fim da Volta a Trás-os-Montes

 

Como referência principal no seu calendário competitivo, a ARCVR tinha a Volta a Trás-os-Montes que foi suspensa em 2010 por dificuldades financeiras e estruturais. “A associação teve até então o apoio de várias autarquias transmontanas e durienses, mas a conjuntura ficou difícil e as autarquias tiveram de fazer as suas opções. Em termos federativos, nunca houve um grande apoio. Em todas as organizações da Volta a Trás-os-Montes, nenhuma vez um presidente da Federação esteve presente apesar de ser convidado. Ora isto é explícito. Agora, que temos um vice-presidente nosso conterrâneo, o Delmino Pereira, as coisas se alterem para melhor no futuro”, referiu.

Basílio Angélico salientou ainda que existem todas as condições ao nível de recursos humanos para que o ciclismo vingue na região. “Já tivemos atletas e bons valores, mas os clubes que representaram nunca tiveram os apoios que deviam ter. O Clube de Ciclismo de Vila Real foi um deles, e continua com a sua atividade suspensa. Daqui saíram valores interessantes, o último foi Leonel Coutinho, um dos elementos mais promissores do ciclismo nacional, que chegou a correr pela Liberty Seguros. Em termos de potencial, ele existe na região e julgo mesmo que se houvesse maiores apoios e incentivos, muitos jovens iriam praticar a modalidade”.

A ARCVR tem sete clubes, seis ligados ao BTT e só um se dedica ao ciclismo de estrada (o Tourencinho/Irmãos Leite/Skoda). Rui Novais em Elites; Carlos Lameira, Jorge Machado, Ricardo Lameira, Nuno Miranda e Alfredo Ribeiro em Veteranos A; Carlos Martins (Campeão Ibérico 2011) e Rui Madureira em Veteranos B; José Magalhães e José Ferreira (Ex-profissional) em Veteranos C.

Quanto ao futuro e devido a dinâmica do BTT, o presidente da ARCVR julga que poderá aparecer algum elemento para ciclismo de estrada. Em termos de provas, a ARCVR organiza competições essencialmente ao nível do BTT em colaboração com estruturas locais e cujas provas do calendário começam já a 15 de abril, com apuramento do campeão regional. Mondim de Basto, Régua, Chaves e Folgosa do Douro, são os locais das competições a contar para o campeonato regional e Open Maratonas.

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