De um pacote de investimentos que ascende aos 90 milhões de euros em novos serviços, equipamentos e reestruturação e beneficiação de infra-estruturas, o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) viu já concluído o Centro Oftalmológico, um serviço que, a funcionar desde o dia 23, no Hospital D. Luíz, na Régua, promete pôr fim a uma das mais extensas listas de espera da região.
Segundo Carlos Vaz, presidente do Conselho de Administração do CHTMAD, o novo serviço realizará cerca de 12 mil consultas por ano e quatro mil intervenções cirúrgicas de ambulatório, o que representa “mais do dobro das realizadas em 2008”.
Com um investimento de 1,3 milhões de euros em obras de adaptação e aquisição de equipamentos, Carlos Vaz deixa a garantia de que foi criado um “serviço que vai assegurar uma boa prestação, em quantidade, qualidade e celeridade” e vai permitir, até ao final do ano, pôr fim às listas de esperas na oftalmologia, que soma cerca de meio milhar de utentes, sendo assim considerada uma das especialidades mais preocupantes a esse nível.
Uma das grandes apostas do centro será o tratamento da retinopatia diabética, uma doença que antes exigia uma deslocação dos utentes ao Porto para o tratamento.
Mas o investimento no novo Centro Oftalmológico, que vai servir sobretudo os 100 mil habitantes dos concelhos limítrofes de Lamego e Peso da Régua, ainda não está concluído, prevendo-se que dentro de meses seja adquirido um novo equipamento laser “para fazer cirurgia refractiva, que permitirá corrigir problemas como miopia ou hipermetropia”.
Ao nível de pessoal, o centro conta com dois profissionais a tempo interior, entre os quais Sousa Nunes, médico com 36 anos de experiência, muitos dos quais enquanto director do serviço de oftalmologia do Hospital de Vila Nova de Gaia, e um a tempo parcial, prevendo-se um reforço, dentro de dois meses, de mais dois médicos a tempo inteiro.
Frisando a tecnologia de ponta adoptada no novo serviço, Carlos Vaz lembrou que o objectivo do CHTMAD é que “os doentes sejam tratados na região, com direito aos melhores profissionais e à melhor tecnologia”.
“O Centro Hospitalar é uno, por isso temos que desenvolver especialidade a especialidade nas suas várias unidades”, lembrou Carlos Vaz, justificando assim a centralidade da oftalmologia na Régua, mas adiantando que o serviço de oftalmologia de Chaves vai manter-se com dois profissionais.
Entre os outros investimentos previstos para este ano pelo Centro Hospitalar, de recordar a ampliação da urgência e de criação de uma nova unidade de cuidados intensivos do Hospital de São Pedro, em Vila Real, orçada em cerca de quatro milhões de euros e cujo concurso público para a realização das obras, foi lançado em meados de Janeiro.