“O objetivo destas ações é descentralizar a discussão em torno de questões com as quais os jornalistas se debatem todos os dias”, disse Licínia Girão, presidente da CCPJ, em Vila Real.
Na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a responsável mostrou-se consciente dos problemas que afetam o setor, entre os quais a precariedade e os baixos salários dos profissionais. “É importante pensarmos e debatermos o estado do jornalismo e o que queremos para o futuro da atividade jornalística”, frisa.
A CCPJ é a entidade responsável por fazer a acreditação dos jornalistas, ou seja, é à comissão que compete atribuir, renovar, suspender ou cassar os títulos de profissional da informação de comunicação social. “Estamos aqui para proteger os jornalistas e o jornalismo”, vinca Licínia Girão, apontando “a facilidade com que se criam sites, até com registo na ERC, e nos quais muitas vezes não trabalham jornalistas profissionais” como outro dos problemas do setor.
João Vilela, diretor da VTM, aproveitou o momento para chamar a atenção para alguns problemas relacionados com a acreditação de jornalistas, desde logo o facto de “existirem assessores de comunicação com carteira, quando isso não devia acontecer” e também a necessidade de “fiscalizar” os órgãos de comunicação social, muitos deles “sem um único jornalista com carteira”, ainda que isso seja “uma tarefa difícil”. Além disso, João Vilela alerta para o facto de muitas pessoas terem carteira de jornalista, “mas não exercem”.
Em Portugal, segundo dados avançados pela CCPJ, existem 5.328 jornalistas no ativo. De dois em dois anos, estes profissionais têm de renovar o seu título de jornalista, sendo que, recentemente, o custo da renovação foi contestado.