Ao contrário do ano passado, as viagens não vão acontecer também ao domingo, o que representa uma redução de 50 por cento da CP – Comboios de Portugal face a 2018.
Esta medida não agradou, de todo, aos autarcas e operadores turísticos da região que, quando tomaram conhecimento da redução do número de viagens para as 23, manifestaram, de imediato, a sua indignação com os argumentos da empresa. José Gonçalves, presidente da autarquia do Peso da Régua, deixou bem claro que estava “frontalmente contra” e que se tratava de “mais uma estratégia em detrimento da região”.
No sábado, o mesmo também fez questão de estar presente, onde aproveitou para referir que teve uma reunião com o presidente da CP, Carlos Nogueira, na qual houve “oportunidade para discutir os assuntos que nos incomodam e achamos que podemos ajudar a melhorar, como é o caso do serviço da CP nesta região”, adiantou à VTM. O autarca realçou a importância da CP para o desenvolvimento turístico e cultural do território, referindo que esta é um “parceiro estratégico crucial” para o Douro, pelo que, juntamente com mais presidentes de câmara, “tentou sensibilizar” para dimensão regional do Douro, que “é apenas um grão de areia, mas que tem um impacto muito relevante para toda a região”.
Mas para que serviu a reunião? A resposta do autarca foi simples, adiantando que serviu para agendar um encontro para o final deste mês, com todos os presidentes da região.
“Nesta reunião vamos elencar o que é a nossa estratégia para o Douro e também, no fundo, aquilo em que podemos contribuir para melhorar o próprio serviço da CP e o serviço de comboio para o turista”, salientou, acrescentando que o que pretendem é “obrigar, entre aspas, todos os que visitam o Porto, a virem a esta região, que tanto tem para oferecer”.
Quanto à redução do serviço para metade, José Gonçalves mantém a sua convicção, adiantando que “não podemos ficar contentes” com a situação. No entanto, deixou claro que têm “que reconhecer que, do outro lado [CP], há disponibilidade para colaborar e melhorar o serviço, pois foi essa a recetividade que percebi por parte do presidente da CP.
Já João Gonçalves, presidente da câmara de Carrazeda de Ansiães, também esteve presente no arranque da primeira viagem, deste ano, do Comboio Histórico, onde referiu que não compreendeu os argumentos apresentados pela CP para a redução das viagens.
“Não os compreendi. Percebi os argumentos, mas nós temos um entendimento e uma visão diferentes. É preciso divulgar e promover a região para chegarmos a determinados objetivos”, apontou.
Carlos Nogueira, presidente da CP, esclareceu que o número de viagens foi reduzido, mas adiantou que se “houver procura”, também a resposta pode ser reajustada.
“Se houver procura, estaremos em condições de responder a essa procura, intensificando o programa com viagens também aos domingos”, esclareceu, adiantando que a CP, enquanto empresa pública, “está naturalmente muito recetiva e com uma lógica de proximidade com as autarquias, sempre de mente aberta em reajustar o modelo em função da procura”.