Após o percurso exigente de domingo, que teve a extensão total de 175,8 Km, Blanco ficou com uma vantagem de 43 segundos sobre o rival mais directo, o espanhol David Bernabeu (Barbot-Siper) que saltou para a vice liderança depois da chegada na quarta posição, a apenas 11 segundos do vencedor da etapa. Mas não foi apenas a camisola amarela que mudou, pois Oleg Chuzhda (Caja Rural) voltou ao primeiro lugar da montanha, Ricardo Vilela (Madeinox/Boavista) passou a comandar a Juventude e o conjunto de Tavira, o Palmeiras Resort-Prio subiu ao primeiro lugar por equipas.
David Blanco, feliz, mas comedido nas palavras vitoriosas, mostrou-se realista nos comentários: “A equipa esteve impressionante, fui sempre atrás deles e depois foi dar tudo até ao fim. Ainda falta muita Volta, a chegada à Torre é difícil e tudo pode acontecer. A equipa, desde o início assumiu que está aqui para ganhar a Volta e até agora está a correr tudo bem. Espero que assim se mantenha até ao final.”
Como já se esperava, num dia com a importância como todos os que terminam na Srª. da Graça, a etapa iniciou-se num clima de alta tensão. Os primeiros ataques envolveram grupos numerosos de mais de uma dezena de unidades e, como era de prever, todos foram anulados. Um ataque do russo Vladislav Borisov (Amore&Vita), deu origem a que se formasse na frente um grupo de nove corredores de entre os quais se destacou Sérgio Sousa (Madeinox/Boavista) que venceu a contagem de montanha de 3ª categoria, no Alto da Caniçada, uma subida que reduziu a fuga a seis unidades.
Passada a meta volante de Vieira do Minho, com a vitória do ucraniano Oleg Chuzhda (Caja Rural), a diferença para o pelotão foi aumentando, para atingir 4m 10s ao Km. 76. O sexteto em fuga era composto pelos portugueses, José Mendes (LA-Rota dos Móveis) e Sérgio Sousa (Madeinox/Boavista), o italiano Matteo Rbottini (Lampre), o ucraniano Oleg Chuzhda, o uruguaio Fabricio Ferrari (ambos da Caja Rural) e o francês Laurent Levefre (BBox). Quem não se conformou com tal situação foram os homens da equipa de Tavira que deram réplica combativa aos fugitivos.
Na frente Chuzhda, era virtual camisola amarela no momento da fuga com 2m 56s sobre o pelotão e foi nesse momento que venceu a meta volante de Arco de Baúlhe (Km. 95,6) mas antecipava-se o fracasso da iniciativa e a luta travada entre os fugitivos deixou para trás José Mendes (LA-Rota dos Móveis), Matteo Rbottini (Lampre) e Laurent Lefevre (BBox). Mas na frente a guerra não abrandou e após Chuzhda vencer no alto de Campanhó, Sérgio Sousa tentou tomar a dianteira. O ucraniano seguiu-o na roda para passar à frente na meta volante de Mondim de Basto.
Logo depois de passar o perímetro urbano, em plena subida, a situação da corrida mudou radicalmente. Os dois fugitivos foram alcançados com Rui Sousa (Barbot-Siper) e Hernani Broco (LA-Rota dos Móveis), a tomarem a dianteira, aos quais se juntou Sérgio Pardilla (Carmiooro). Entretanto o camisola amarela, Cândido Barbosa (Palmeiras Resort-Prio), perdeu o contacto com o grupo principal, ao mesmo tempo que o campeão nacional Rui Sousa se isolava na frente. Durou pouco a iniciativa com a perseguição imposta pelo Palmeiras Resort-Prio que depressa absorveu o corredor da Barbot e na ponta final foi David Blanco que arrancou de forma explosiva para uma vitória clara com André Cardoso, companheiro de equipa a terminar no segundo posto, a seis segundos e Hernâni Broco (LA-Rota dos Móveis) a ser terceiro a nove segundos.