Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
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Duas adegas à beira de fechar as portas

A crise assentou arraiais no sector cooperativo da Região Demarcada mais antiga do Mundo. Depois da Adega de Sanfins do Douro, no concelho de Alijó, mais duas cooperativas entraram num processo de desactivação, Meda e Vila Flor. Esta última, que possui um dos equipamentos de maior capacidade de fermentação em aço inox da Região do Douro,

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930 mil litros, atravessa graves dificuldades financeiras e o fim da actividade é um cenário cada vez mais próximo. O presidente da União das Adegas Cooperativas da Região Demarcada do Douro, José Manuel Santos, manifestou a sua revolta contra o Governo. “O Executivo andou sempre a adiar a publicação de regulamentação sobre as medidas de apoio à fusão do sector cooperativo, e agora tem o resultado com aquilo que está a acontecer na Meda e em Vila Flor”. “Na Meda, a adega já está fechada, entrou num processo de desactivação, sendo que alguns funcionários foram acolhidos pela Câmara Municipal de Meda”. “Para se modernizarem, as adegas investiram muito e como não receberam a tempo e horas as ajudas necessárias, estão sobreendividadas”.

A Região Demarcada do Douro chegou a ter 24 co- operativas, hoje conta apenas com 17.

Outro sinal das dificuldades que o sector cooperativo está a atravessar, na Região Demarcada do Douro, já foi dado na última vindima onde algumas adegas prescindiram de fazer elas próprias a colheita, entregando todo o processo a empresas privadas.

Na Região Demarcada do Douro houve quatro adegas cooperativas em que esta situação se verificou. Nomeadamente, no concelho de Alijó, nas Adegas de Pegarinhos e Sanfins do Douro, Lamego e Vila Flor. Estas vindimas foram confiadas às “Caves Vale de S. Martinho” de S. João da Pesqueira, por sinal, o proprietário manifestou interesse em adquirir a Adega Cooperativa de Meda.

É voz corrente que em termos de sanidade financeira, Vila Real, Freixo de Espada à Cinta, Favaios e Mesão Frio são os exemplos apontados. Em processo de recuperação estão as adegas de Murça, Régua e Santa Marta de Penaguião, onde os indicadores são positivos.

Refira-se ainda que cerca de 70 por cento dos agricultores associados às adegas cooperativas existentes na região do Douro têm mais de 60 anos. São perto de 12 mil vitivinicultores nessa situação, de um total de 20 mil inscritos nas 17 adegas cooperativas activas.

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