Sábado, 7 de Dezembro de 2024
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“É preciso um centro de recolha (de animais) oficial em Bragança”

A Associação de defesa dos animais AMICA defende que Bragança, mais do que nunca precisa de um canil, depois da entrada em vigor da lei que proíbe o abate de animais saudáveis.

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“Não faz sentido nenhum Bragança não ter um centro de recolha”, defendem Isabel Rego e Olinda Batista, em declarações à agência Lusa. As duas, das seis voluntárias que trabalham em permanência na associação alegam que, “ainda que se vejam pouco na rua, há animais abandonados”, era preciso um centro de recolha oficial em Bragança que promovesse adições, com mais espaço para albergar os animais e mais próximo da população”, uma vez que o centro está lotado. A associação entende que é o momento de a Câmara Municipal de Bragança avançar para a construção do canil que a associação tem vindo a reivindicar.

Segundo dizem, em Bragança, a Câmara Municipal tem apenas três boxes para recolher temporária os animais até o carro do canil intermunicipal passar, uma vez por semana, para os levar para Vimioso, a cerca de 50 quilómetros.

O canil, à semelhança de todos no país, está cheio e a AMICA disponibiliza-se a trabalhar em parceria se Bragança construir um equipamento na cidade que estima seria possível com um orçamento de “cerca de 150 mil euros”.

Ainda em declarações à Lusa, Isabel diz que o trabalho voluntário na associação é auxiliado por um protocolo com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), que lhes disponibiliza uma box que está cheia com sete cães. A AMICA tem também protocolos com os veterinários da cidade, que facilitam os tratamentos e esterilizações como as 200 que fizeram nos últimos dois anos.

As “cinco ou seis” famílias de acolhimento são outro apoio com que contam e que tem permitido ir resolvendo as solicitações.

Olinda nota também que “as pessoas estão mais sensibilizadas” para a questão do abandono e sinalizam os casos que encontram, mesmo nas aldeias.

Com gastos na ordem dos 12 mil euros por ano, é com donativos que cobrem as despesas, assim como com eventos ou rifas, e o subsídio de 2.200 da Câmara Municipal e de 200 euros da união de Freguesias da Sé, Santa Maria e Meixedo.

O presidente da Câmara Municipal de Bragança defende que terá que ser o Governo a encontrar uma solução para esta nova realidade: “O que se impunha era que, se o Governo pretende que as coisas assim sejam feitas, então que arranje formas de os municípios serem financiados para puderem construir novos centros de recolha oficiais ou ampliar os existentes e garantir que efetivamente todos os animais são devidamente acolhidos, tratado e que as populações também são bem servidas”, afirmou à Lusa.

Hernâni Dias sustentou que “aquilo que foi definido em legislação provoca problemas de salubridade, de segurança e obviamente coloca uma pressão enorme sobre os municípios, nomeadamente a nível financeiro, uma vez que a manutenção dos animais dentro dos canis têm implicações de custos significativas porque é necessário garantir a sua saúde sanitária, a alimentação, todos os tratamentos médico-veterinários”.

O autarca disse que em Bragança ocorre “aquilo que foi sentido a nível nacional, verificou-se maior presença de animais nas ruas abandonados, porque os canis estão completamente lotados e não se consegue dar acolhimento a todos” os animais.

Ainda assim, assegurou que em Bragança neste momento “a situação está mais ou menos controlada, não têm acontecido grandes problemas” sem a presença de matilhas, o que, sublinhou o autarca não quer dizer que no futuro “isso não possa acontecer”.

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