Após 2021 e 2022 sem a Feira da Caça e do Turismo, devido à pandemia, 2023 marca o regresso. Que novidades os visitantes poderão esperar?
Novidade é mesmo o retomar da feira e o regresso à normalidade. Num certame muito importante, que está entre as melhores feiras da Península Ibérica ao nível cinegético. Para nós é um orgulho que a feira já tenha atingido um patamar internacional.
O que gostaria de destacar?
Vamos manter as mesmas atividades, em que se destaca as quatro montarias, onde esperamos 700 caçadores, a Copa Ibérica de Cetraria, com a participação de atletas internacionais, a corrida de Galgos, prova de beleza de cães de caça perdigueiros e cães de gado transmontano, e o leilão de javali. Haverá a prova de Santo Humberto (prémio Ibérico). Teremos vários eventos ligados à falcoaria, com a participação da PSP e onde estarão mais de mil alunos das nossas escolas. Há, ainda, a animação noturna, com música que se prolonga pela noite dentro. Será um fim de semana recheado de festa e diversão, que todos ansiavam. Paralelamente, alavancamos a economia regional, porque passam por aqui 40 mil pessoas.
Que retorno financeiro traz a feira ao concelho?
Não sei precisar, mas sei que são centenas de milhares de euros, porque vem muita gente dormir, comer e comprar. Garantidamente é uma feira que alavanca a economia regional, porque vem mesmo muita gente à feira. Terá 150 expositores, porque não temos capacidade para acolher mais. Há expositores que vêm desde a primeira edição e gostávamos de ter um espaço mais amplo para receber mais. Estamos a pensar construir um pavilhão multiusos, que englobe as duas naves.
E o que se pode encontrar na feira?
Há navalhas, armas, vestuário, uma panóplia de artigos para venda ligados à caça, mas há também os enchidos e os produtos hortícolas. Não permitimos que entre nenhum expositor que não esteja ligado à caça ou aos produtos regionais na área alimentar.
Nesta altura como está a hotelaria do concelho?
A restauração e a hotelaria estão lotadas, o que é bom. Aquilo que existe em Macedo de Cavaleiros não responde à procura. Acredito que os concelhos vizinhos de Bragança, Mirandela e Alfândega da Fé também vão usufruir deste certame, porque não temos capacidade para dar cobertura a tanta gente.
“Caça e turismo”, são dois conceitos que faz sentido unir neste certame?
Os dois conceitos juntos fazem uma coisa que se chama turismo cinegético. A caça tem muitos adeptos, mas também há muito gente que não gosta, mas, pelo menos, respeite. E onde há muita adesão de pessoas, o turismo está sempre presente. Vêm as famílias, que procuram espaço diferentes, encontro com a natureza, que é aquilo de melhor que temos para oferecer.
Quem vem a Macedo de Cavaleiros nesta altura do ano?
Vêm pessoas de todo o país ligadas à caça, que trazem as suas famílias, assim como pessoas do nosso concelho e de outros vizinhos, que gostam de exposições interessantes e diferenciadoras. Também vêm pessoas da Suíça, Espanha, França, Alemanha, sem qualquer ligação ao concelho. Vêm porque já estiveram cá, gostaram e trazem amigos. Aliás, temos notado que tem crescido o número de estrangeiros nesta feira, porque uns passam a mensagem a outros.
Qual o orçamento investido na organização do certame?
O orçamento subiu significativamente em relação ao passado, porque a inflação fez subir muito os preços, num esforço enorme por parte da autarquia, que ronda os 180 mil euros. As duas feiras (Caça e Turismo e a de São Pedro) têm um peso importante, mas o de São Pedro exige maior esforço financeiro, devido aos grupos musicais. Agora, nesta feira, haverá animação pela noite dentro, mas serão músicos locais.
Estamos na época baixa do turismo, mesmo assim há muito para descobrir neste território. O que tem Macedo de Cavaleiros para oferecer?
Tem uma paisagem única e gente humilde que gosta de receber. Sabemos tratar bem quem as visita, não só as pessoas do concelho, mas desta região em geral. Bem perto de nós está a aldeia de Podence, que dentro de pouco tempo recebe o Carnaval, no entanto, é uma aldeia com motivos para visitar ao longo do ano, com as belas pinturas nas paredes das casas. É sempre um ponto excelente de visitação. Temos também as praias do Azibo, que nesta altura a água está fria, mas as pessoas podem visitar e contemplar a paisagem, que é igualmente bonita no inverno. Não nos podemos esquecer da serra de Bornes, do Geopark Terras de Cavaleiros, onde os visitantes podem percorrer milhões de anos de história da Terra explorando os geossítios. Há muito para descobrir e contemplar.
Neste regresso da Feira, quais são as expectativas?
Em outros eventos, notamos que o pós-pandemia trouxe maior adesão das pessoas, que estavam cansadas de ficar isoladas, sem convívio entre elas. Nesta feira acredito que também vai acontecer o mesmo. As pessoas vêm mesmo para a festa do caçador, à noite haverá espetáculos noturnos. No recinto há bares e restaurantes que enchem e não conseguem dar resposta a toda a gente. Para sábado está reservado o sarau transmontano, em que deverão estar 500 pessoas, extra restaurantes. Ou seja, todos os caçadores que participam nas montarias e nos outros eventos vão jantar à feira.
Que pratos há para degustar?
Gastronomia de inverno, que contempla os pratos mais fortes. Recentemente, tivemos um fim de semana das casulas secas, um prato bom e muito procurado, mas temos também os enchidos, os grelos, a posta de vitela, das nossas raças autóctones, o javali, carnes de ótima qualidade que todos apreciam. São só bons motivos para visitar esta região.