Inicialmente, aquela força de segurança apresentou um orçamento superior a nove mil euros para um patrulhamento com cerca de 130 militares, um valor que, segundo a organização, inviabilizaria a prova, pelo menos nos moldes em que esta está desenhada, tendo em conta que representava cerca de 50 por cento dos custos totais previstos para a sua realização.
Considerado como o valor mais alto alguma vez pedido pelo policiamento necessário para a realização de uma prova desta dimensão, a organização avançou desde logo que se não houvesse um entendimento, a Volta não se realizaria no próximo fim-de-semana. A acontecer no futuro, com outras provas, noutras localidades, orçamentos “exagerados” podem mesmo “acabar com o ciclismo em poucos anos”, advertiu Delmino Pereira, vice-presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, aquando da apresentação oficial da competição transmontana.
Basílio Angélico, director da organização, explicou ao Nosso Jornal que o preço apresentado pela GNR foi reduzido praticamente para metade, graças a uma reestruturação do quadro de pessoal necessário para o policiamento.
Depois de um ano de interregno, a Volta regressa assim às estradas da região, graças à colaboração entre o Boavista Ciclismo Clube, a Associação de Ciclismo de Vila Real e a autarquia, trazendo no entanto um novo figurino, com menos dias de prova e cerca de metade do tradicional percurso.
Além da vontade do Boavista de voltar a ver a prova no terreno, segundo a organização, a sua realização só é possível graças ao alto patrocínio da Liberty Seguros, empresa cujo empenho financeiro tem permitido que muitas das provas mais pequenas do calendários nacional se realizem este ano.
No que diz respeito ao percurso da XXIII Volta, este irá desenvolver-se em três etapas, a primeira, no dia cinco, que vai ligar Vila Real a Vila Cova, em 138 quilómetros, a segunda, já no dia seis, entre Santa Marta e Medrões (5,8 quilómetros) e a última, entre Santa Marta e Vila Real, em 70, 6 quilómetros.