A ideia da Câmara de Vila Real, e de forma a cumprir as metas europeias, era arrancar com a recolha de seletiva de resíduos orgânicos ainda esta semana. A apresentação do projeto seria, inclusive, feita esta segunda-feira, à comunicação social. Contudo, o momento foi aproveitado para anunciar que o mesmo só avançará dentro de alguns meses e a culpa é, segundo o executivo, da oposição.
“Estava tudo preparado para que, já amanhã, se necessário, a recolha de resíduos orgânicos avançasse, através da empresa que faz a recolha de outros resíduos”, conta Rui Santos, acrescentando que “a operação estava montada, de acordo com a lei, conscientes de que é uma mais-valia para o nosso território e para o planeta, mas a oposição quis, mais uma vez, fazer jogo político”.
O projeto integrava um dos pontos da ordem do dia da reunião de câmara realizada hoje, mas acabou por ser retirado, depois de “a oposição se abster na votação, porque tinha dúvidas”, indicou o autarca vila-realense, referindo que “será lançado um concurso e isso irá ficar mais caro”.
Contactado pela VTM, Luís Tão explicou que “o vereador Carlos Silva quis fazer a apresentação do projeto, antes da votação, mas o senhor presidente achou que isso deveria ser feito só no final. Ou seja, se houvesse dúvidas sobre o que estava descrito no documento de apoio à reunião, não podiam ser retiradas antes da votação, motivo pelo qual o PSD se absteve”.
Com esta tomada de decisão, “o ponto foi retirado, numa tentativa de dizer que a culpa é do PSD”, adianta Luís Tão, acrescentando que “o executivo tem maioria, estava confortável com o projeto, mas falhou na comunicação. Agora, retiram um ponto da discussão e a culpa é da oposição?”
O vereador do PSD mostrou-se, ainda, surpreendido com o facto de estar planeada uma apresentação, “sem que o projeto fosse aprovado em reunião de câmara”, acusando o executivo de querer “arranjar bodes expiatórios”.
Notícia desenvolvida na edição de 6 de outubro