O alerta para o fogo foi dado às 02:46 em Cerdedo e, segundo o autarca, quando os bombeiros receberam o alerta e se deslocaram para o local “já tinham sido consumidos pelas chamas perto de 20 hectares de floresta”.
Para o combate a este incêndio, que já se encontra em fase de conclusão, foram mobilizados 42 bombeiros, apoiados por 13 viaturas e dois meios aéreos. No total, arderam “50 hectares de floresta”.
Em comunicado, Fernando Queiroga manifestou a sua “preocupação face a uma ocorrência desta dimensão completamente fora de época, o que dificulta o combate”.
“Estamos muito preocupados porque existe a indicação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) de temperaturas muito elevadas para esta altura do ano, mas como estamos fora da época de incêndios florestais o dispositivo não é reforçado, o que dificulta e condiciona o combate aos incêndios florestais”, referiu.
O autarca lembrou que os “postos de vigia não estão a funcionar” o que, na sua opinião, se “traduz em alertas de incêndio muito tardios e numa altura em que os fogos já estão consolidados e já atingiram grandes dimensões”.
“O Governo continua completamente alheio a esta realidade e preocupa-se apenas em avançar com alterações à estrutura da Proteção Civil e os meios no terreno para prevenção e combate não são reforçados. Com isto, compromete-se a segurança das populações, a defesa dos seus bens e a sua fonte de subsistência”, afirmou.
O presidente disse que o “Governo deve entender, de uma vez por todas, que as condições climatéricas estão completamente alteradas e a época de incêndios florestais não pode ser definida por portaria ministerial”.
“Os meios de prevenção e combate a esta calamidade dos fogos florestais devem estar permanentemente disponíveis para poderem ser dirigidos, de forma célere e eficaz, para o teatro das operações, garantindo a defesa das populações e a preservação dos nossos recursos naturais”, sublinhou.
Fernando Queiroga disse ainda estar apreensivo com o que “2019 trará em termos de incêndios florestais”.
“Infelizmente, esta é uma pequena amostra do que nos espera se não forem disponibilizados rapidamente os meios necessários. Por este caminho arriscamo-nos a que, quando entrar a época de incêndios florestais, já pouco reste para arder”, referiu.
Na terça-feira, o Governo assinou um despacho que determina a declaração de Situação de Alerta até domingo, com base nas previsões meteorológicas, que apontam para um “significativo agravamento do risco de incêndio florestal”.
Na segunda-feira, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) emitiu um aviso à população sobre o perigo de incêndio rural, devido à manutenção de temperaturas acima do habitual para a época e “acentuado aumento da intensidade do vento”.