Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2024
No menu items!

Governo garante reabertura da Linha do Corgo em Setembro de 2010

Cerca de 70 pessoas das aldeias servidas pela Linha do Corgo, Alvações do Corgo, Penelas, Pai Corrão, Ermida, Povoação, e Carrazedo manifestaram-se contra o encerramento da linha, na tarde de anteontem, junto às instalações do Governo Civil de Vila Real.

-PUB-

Os protestos foram ouvidos pela secretária de Estado dos Transportes Terrestres, Ana Paulo Vitorino, que anunciou a calendarização das obras, no troço fechado, aos autarcas dos concelhos de Vila Real, Santa Marta de Penaguião e Régua, que estiveram reunidos no Governo Civil com a Secretária de Estado. Ana Paula Vitorino prometeu que uma parte da obra vai ser iniciada já em Junho e a outra parte será iniciada em Setembro, e prevê-se as obras estejam concluídas em Setembro de 2010”.

A responsável governamental voltou a afirmar a sua decisão. “Há uma coisa que toda a gente entende e que é muito simples, estando em causa a segurança, não há que pensar duas vezes”. “O serviço será suspenso provisoriamente e não em definitivo”, garantiu Ana Paula Vitorino.

Em jeito de balanço do encontro mantido com os autarcas, Ana Paula Vitorino assumiu um compromisso. “A linha vai voltar a reabrir dentro de um ano e meio” e justificou o tempo das obras. “Há que concluir os projectos de execução e fazer os concursos”. Segundo a mesma será feita “uma intervenção profunda de reabilitação e requalificação total da via”. “Vamos mudar quase tudo desde o balastro, à própria estrutura da linha, os carris, as travessas. Seria impossível fazer esta intervenção em menos tempo”, sublinhou.

Um membro da Comissão de Trabalhadores, CT, da Rede Ferroviária Nacional, REFER-EPE, esteve presente na concentração de protesto e mostrou solidariedade para com os populares. “Lamentamos a forma como esta decisão foi transmitida, pois apanhou passageiros e entidades representativas das populações destas linhas desprevenidas”, reafirmando a vontade “que a CT tudo fará para que as linhas agora encerradas sejam reabertas à população”.

A Secretária de Estado dos Transportes Terrestres reuniu cerca de duas horas com elementos do Sindicato Nacional dos Transportes do Sector Ferroviário, SNTSF. José Caetano, representante desta estrutura sindical contou, ao Nosso Jornal, o que ouviu de Ana Paula Vitorino. “Foi garantido que os quarenta postos de trabalho serão garantidos, apenas havendo um ajustamento pontual nos casos que estejam próximos de situação de reforma”.

Quanto ao futuro da Linha, José Caetano ficou com “a esperança de que as obras vão mesmo avançar”, adiantando até que a CP vai, “em breve e antes do início dos trabalhos, em Junho, avançar com trabalhos de reparação e reabilitação de alguns edifícios da estação ferroviária de Vila Real para servirem de apoio logístico aos trabalhadores”. Há também a expectativa da modernização chegar ao material circulante. Ou seja, novas composições deverão estrear os novos carris em 2010.

A intervenção na Linha do Corgo será feita com base num estudo de especialistas ferroviários suíços, que é um dos países que tem mais linhas de montanha e tem grande experiência nesta matéria.

Quanto às alternativas para as populações, o Governo garante que será melhorado o serviço rodoviário, “tornando–o mais adequado ao interesse das populações e com melhores níveis de conforto”.

O investimento está estimado em 26,9 milhões de euros, sendo que o valor definitivo só será conhecido depois de a obra ir a concurso e de ser adjudicada.

Desconfiando das promessas do Governo, os populares ameaçaram que caso a linha “não seja reaberta, farão boicote” a todos os actos eleitorais previstos este ano.

Invocando também questões de segurança, o Governo já encerrou os troços da Linha da Figueira da Foz e a Pampilhosa e entre a Guarda e a Covilhã. A Linha do Tâmega, também encerrada, sofrerá uma intervenção que demorará cerca de dois anos.

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

VÍDEOS

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS