“Amanhã [quinta-feira] daremos nota durante quanto tempo mais e relativamente a que distritos do país é que o estado de alerta será prolongado, mas essa certeza, face às indicações meteorológicas hoje disponíveis, pode já ser dada”, afirmou Eduardo Cabrita, que falava à margem das comemoração do Dia do Guarda Florestal, em Vila Real.
O governante referiu que os ministérios da Administração Interna e da Agricultura declararam, na semana passada, o estado de alerta até quinta-feira e acrescentou que se está a avaliar “o prolongamento desse estado de alerta, que certamente irá acontecer”.
Questionado sobre as previsões para um verão de temperaturas muito elevadas, Eduardo Cabrita afirmou que “o sistema está preparado” mas lembrou que a responsabilidade “é de todos”.
“Estamos preparados fundamentalmente pelo muito que foi feito na prevenção, a limpeza da floresta é essencial e apelo a todos que concluam esses trabalhos nos próximos dias”, frisou.
O governante lembrou que, “dentro de poucos dias”, 16 aviões estarão a reforçar o dispositivo de combate a incêndios, depois do ministro da Defesa ter decidido, na segunda-feira, autorizar o ajuste direto destes meios aéreos adicionais.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) previa para esta altura do ano 38 meios aéreos disponíveis, mas só 21 estão operacionais, incluindo um helicóptero da Força Aérea que será ativado em caso de necessidade para coordenação aérea.
“Temos hoje a maior capacidade de resposta aérea que alguma vez existiu nesta altura do ano, porque no ano passado atempadamente, quando decidimos que deixávamos de falar em época de incêndios e passávamos a ter uma estrutura flexível, nós fizemos contratações de meios que estão disponíveis todo o ano”, sublinhou.
Eduardo Cabrita elencou ainda que, neste momento, está disponível o “maior dispositivo terrestre” que o país alguma vez teve e acrescentou que, a partir do próximo sábado, o efetivo será elevado para cerca de 9.000 operacionais.
“Ainda esta manhã tivemos um incêndio no distrito de Beja que foi imediatamente apagado com intervenção de quatro meios aéreos que foram concentrados neste espaço”, referiu.
Eduardo Cabrita salientou que Portugal dispõe de “uma grande coordenação de meios” e "meios reforçados" e lembrou que, em 2018, se verificou uma redução de 68% de área ardida relativamente à media dos últimos 10 anos.
“A certeza que vamos ter é que as alterações climáticas determinam um risco acrescido e que os comportamentos preventivos, a prevenção de todos os riscos no comportamento dos cidadãos, é a melhor garantia da nossa segurança coletiva”, salientou.