Dois anos depois, as vendedoras das ganchas voltaram a sair à rua para cumprir a tradição e o negócio está a correr melhor que o esperado.
“Já não fazíamos isto há dois anos, por causa da pandemia. Este ano deixaram-nos fazer e está a correr muito bem”, afirma Susana Rocha, recordando que “a tradição tem muitos anos. Conta-se que um menino ficou engasgado e foi salvo pela bengala do São Brás”.
Também Fátima Pinto está contente com o negócio. Diz que “tem vindo muita gente, graças a Deus. Não pensava que viesse tanta gente por causa da pandemia”. Aprendeu a fazer ganchas com a mãe e hoje vende “tanto a homem como a mulher. Normalmente é o homem que tem de comprar para a mulher, mas isto agora está moderno compra qualquer um”.
A gancha é um doce feito à base de açúcar e água. Ricardo Alves foi um dos que decidiu cumprir a tradição e veio comprar a gancha porque “a minha mãe me lembrou. Disse que se eu não levasse a gancha, em dezembro não havia pito”.
“Conheço esta tradição desde que sou pequeno e acho que temos de a manter”, frisa.
A tradição voltou assim a cumprir-se em Vila Real, com os homens a darem a gancha às mulheres. Em dezembro, no dia de Santa Luzia, é a vez de as mulheres retribuírem e oferecem o pito aos homens.