Hermínia Cruz, habitante da aldeia, contou, ao Nosso Jornal, que o “mau-estar entre os envolvidos neste caso era constante”. A mesma adiantou alguns pormenores do que aconteceu. “O Mário Domingues estava a regar quando o Hélio lhe cortou a água, sendo que, segundo me contaram, o Mário teria sido agredido com duas cabeçadas pelo Hélio”.
Por volta das 20h30, junto à capela de Carvalho, o Hélio encontrou Luís Domingues, 31 anos, filho de Mário, e aí aconteceram os disparos.
Na versão de Mário, o Hélio “atiçou o cão” contra o seu filho e tentou “agredi-lo com um sacho”. Foi aqui que Luís Domingues terá disparado quatro tiros com uma pistola ilegal, ficando dois projécteis alojados no corpo de Hélio, um na coluna vertebral e outro num pulmão.
O autor dos disparos entregou-se à GNR de Boticas, enquanto o alvejado foi transportado para o Hospital de Chaves.
As desavenças entre o pai de Luís Domingues e Hélio começaram por causa de uma obra. “Já foram muito amigos, mas Mário Domingues, quando foi tesoureiro na Junta de Freguesia, terá inviabilizado o desejo de Hélio, em construir uma vacaria por cima de uma linha de água pública”, referiu Hermínia Cruz. A partir dessa altura nunca mais conseguiram ultrapassar as divergências entre ambos.