Tudo aconteceu quando António Barreiro, 39 anos, serralheiro de profissão, atravessou o seu carro à frente de uma outra viatura, onde seguia a vítima, Cláudia Barreiro, a sua irmã (ao volante) e as três filhas, Mariana de 5, Joana de 12 e Margarida de 17 anos. De pistola em punho, parte um vidro lateral do pequeno Lância e terá disparado cinco tiros na direcção de Cláudia. Esta acabou por ser atingida com três tiros na cabeça, um no braço, sendo que um deles acabou por atingir o fémur da sua filha Margarida.
Aos gritos, a sua cunhada tentou impedir o acto, só que é atirada para um silvado. António Barreiro abandonou os feridos e partiu na direcção de Vila Pouca de Aguiar, onde se entregaria no Posto da GNR local, onde apresentou também a sua pistola 6.35mm.
A notícia chegou à aldeia de Cidadelhe de Aguiar e colheu de surpresa amigos e vizinhos. “É um bom rapaz, pacífico, educado e trabalhador, nunca armou qualquer zaragata na terra”, disse, ao Nosso Jornal, Cassiano Lameirão, um dos seus vizinhos.
Estiveram casados 17 anos e há meio ano que se encontram separados. “Nunca se percebeu o porquê da separação. Era um casal que se dava bem, parecia um amor eterno”, acrescentou.
Ao que apurámos, no final de tarde de sexta-feira, a condutora da viatura, interceptada pelo António, veio buscar as três crianças para passarem o fim-de-semana com a mãe, em Vila Nova da Veiga.
Cláudia é administrativa numa empresa de construção civil, em Pedras Salgadas. Os problemas conjugais nunca transpareceram, nem mesmo em conversa com uma vizinha a quem dá boleia todos os dias para o trabalho.
A filha, Margarida Barreiro, já teve alta do Hospital de Chaves, enquanto a sua mãe ainda se encontra internada, mas livre de perigo de vida.