O IPB comemorou 37 anos com uma sessão em torno das diásporas lusófonas e lusodescendentes e convidou, para fazer a tradicional Oração de Sapiência, o primeiro português eleito para a Câmara de Paris, Hermano Sanches Ruivo.
O presidente do politécnico sustentou que a escolha deste tema deve-se à estratégia que pretende seguir de captação de alunos lusodescendentes, apoiado em algumas alterações legislativas “que facilitarão a vinda desses alunos”.
“Estamos a incentivar essas alterações legislativas e aproveitá-las e, por outro lado, reforçar estas parcerias com os nossos concidadãos espalhados pelo mundo e muitos deles com sucesso no mundo académico”, explicou.
Para o presidente do IPB, esta poderá ser também “uma forma de chamar de volta jovens, de procurar aproveitar esse potencial, seja enquanto mão-de-obra qualificada, seja enquanto oferecer Portugal como uma alternativa para fazer estudos superiores”.
“Nós entendemos que Portugal, para esses jovens, pode ser uma alternativa muito interessante para prosseguir estudos superiores e é exatamente isso que queremos fazer: divulgar, oferecer e captar esses jovens para virem estudar connosco, investigar connosco e desenvolverem atividades connosco”, enfatizou.
O responsável frisou que “Portugal tem uma comunidade muito significativa de emigrantes portugueses e lusodescendentes” e o propósito é “estreitar essa ligação e aproveitar esse potencial de ligação com os portugueses que estão espalhados pelo mundo”.
O convidado para a Oração de Sapiência, Hermano Sanches Ruivo, deslocou-se a Bragança para falar da sua experiência de décadas em Paris e da relação que a comunidade portuguesa em França tem com Portugal.
“Somos todos membros da mesma família, mas atualmente está desunida, não atuamos como tal. É preciso unir a família”, afirmou.
O português vereador-executivo na Câmara de Paris salientou que é a primeira vez que é convidado para falar sobre as comunidades portuguesas nestas circunstâncias.
Defendeu que “Portugal é muito rico com as comunidades que tem lá fora e pode ser ainda mais se passar algum tempo a tratá-las bem e a reforçar as ligações”.
O Instituto Politécnico de Bragança tem cerca de nove mil alunos espalhados por cinco escolas superiores, quatro na cidade de Bragança e uma em Mirandela.
Um terço dos estudantes são estrangeiros de mais de 70 nacionalidades, com os países africanos a deterem a maior representação.