Orlando Rodrigues reagia, em declarações à Lusa ao estudo que concluiu que os institutos politécnicos portugueses, a maioria localizada no interior, pelo menos, duplicam o investimento público feito nestas instituições de ensino superior.
Para o presidente do politécnico de Bragança, o estudo evidencia que as ações e decisões que tomam, além do impacto na instituição, “têm um impacto regional e elevado na economia que outras regiões não têm”, mas esse facto não é tido em quanto na distribuição do investimento público.
“A situação vai-se revertendo aos poucos, mas continuamos a achar que, sob o ponto de vista das medidas políticas, continua a haver aquela perspetiva de que o investimento público deve ser concentrado nos grandes centros”, afirmou.
Orlando Rodrigues concretizou que, no caso das instituições de ensino superior, “continua a verificar-se muito investimento por convite direto às universidades do litoral e nenhum dirigido às instituições do interior”.
“Estamos habituados a ir à lura, e temos lutado sempre para conseguirmos financiamento para desenvolvermos a nossa atividade”, acrescentou.
O politécnico de Bragança recebe uma média anual de “16 a 18 milhões de euros” do Orçamento do Estado e tem conseguido captar “seis, sete milhões” anuais de fundos competitivos europeus e nacionais para projetos de investigação
Nestas candidaturas, como explicou, concorre com outras instituições e o instituto tem sido reconhecido pela “capacidade de captação desse tipo de investimento”.
Nos últimos anos, o instituto de Bragança tem surgido nos rankings internacionais como o melhor politécnico português e destaca-se pela sua capacidade de captação de alunos de fora da região e internacionais.
A atratividade de Bragança para estudantes internacionais, com 70 nacionalidades presentes, e locais, é destacada no estudo agora divulgado pelo do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) sobre “O impacto económico dos institutos superiores politécnicos em Portugal’, que analisa os impactos diretos e indiretos da presença de 12 destes institutos nas regiões onde se inserem.
As conclusões não são novidade para o presidente do IPB já que o estudo do CCISP usou a mesma metodologia e é uma versão mais alargada de outro realizado há alguns anos pelo politécnico de Bragança.
O IPB é o maior empregador da região com 2.188 postos de trabalho, mas o presidente realça também o impacto que geram na economia os 8.500 alunos, que são responsáveis por “10% do emprego criado em diferentes áreas, nomeadamente restauração e comércio.
“A importância na economia local é muito mais abrangente que os postos de trabalho diretos”, vincou, concretizando que o politécnico “gera inovação que transfere para a economia, forma mão-de-obra qualifica que possibilita a instalação de novas empresas na região e gera dinâmica cultural”.