Ontem, dia em que o politécnico celebrou 38 anos, o presidente salientou que a instituição “continua a crescer”, mas alertou que “está no limite” em termos de instalações e equipamentos.
“São necessários investimentos, as nossas instalações e equipamentos estão no limite de utilização e reclamam investimentos de manutenção”, afirmou o presidente, vincando que “sem investimento, a manutenção e renovação dos ativos fica comprometida”.
Simultaneamente, Orlando Rodrigues reclama que “é necessário criar condições para o desenvolvimento dos projetos considerados estruturantes para o desenvolvimento do IPB e da região”.
Entre os projetos considerados estruturantes estão o novo campus da Saúde que envolve, como explicou a expansão da Escola Superior de Saúde e o centro para as tecnologias hospitalares limpas, em parceria com a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste.
Outro projeto é o Laboratório Ibérico de Alimentos, que compreende a construção de infraestruturas de investigação em diversas áreas, promovido em conjunto com a Universidade de Vigo, em Espanha.
O presidente apontou ainda o Laboratório de Artes na Montanha Graça Morais, em parceria com a Câmara de Bragança, o desenvolvimento do polo do IPB no Alto Tâmega e o aumento da oferta de alojamento estudantil.
“Esperamos que as políticas e programas que se anunciam permitiam corrigir parte deste défice de investimento que acumulamos há mais de dez anos”, afirmou.
Orlando Rodrigues lembrou ainda que o IPB criou “mais de 100 novos postos de trabalho científicos no último ano”.
O presidente discursava na cerimónia comemorativa do Dia do IPB, este ano realizada por via digital com diversos convidados, inclusive membros do Governo, como os secretários de Estado do Ensino Superior e para a Valorização do Interior.
A pandemia de covid-19 ditou as restrições das comemorações e tem envolvido o politécnico de Bragança, nos últimos meses, em várias ações de mitigação, com o presidente a recordar que a instituição realizou 41 mil análises a testes à covid-19.
O responsável garantiu que a comunidade académica “não contribuiu para o agravamento de contágios e das taxas de incidência” em Bragança, apresentando números mais baixos que os globais desta zona.
A crise sanitária levou ao segundo confinamento com a maioria da comunidade académica a trabalhar à distância e o presidente do IPB a garantir empenho na disponibilização de recursos neste “período difícil”.
A sustentabilidade social e cooperação institucional foram o mote das comemorações deste ano com o exemplo do Banco Alimentar Mundial, prémio Nobel da Paz, em 2020, na Oração de Sapiência, a cargo do coordenador de emergência, Pedro Matos.
Orlando Rodrigues afirmou também que “o IPB quer ser cada vez uma instituição empenhada com a região, formando as pessoas que a economia precisa, em colaboração ativa com os empregadores e garantindo o conhecimento para o desenvolvimento”.
O presidente do IPB referiu-se ainda à possibilidade de atribuição de grau de “doutor” pelos institutos politécnicos e defendeu que “é inquestionável que nalgumas áreas esta capacidade está claramente demonstrada”.
“Urge encontrar uma solução para este problema”, considerou.