Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
No menu items!

Longos dias

Vivemos uns dias conturbados. Por um lado, o processo Casa Pia revelou um primeiro resultado aparentemente objectivo: a culpabilidade formal dos arguidos, os quais, note-se, continuam a se presumir inocentes até prova (final) em julgado, isto é, até ao esgotamento dos recursos. Foram anos a fio de grande massacre mediático. Os ainda arguidos passaram já (e continuam a fazê-lo) por este julgamento popular, o qual é aferido cada vez que aparecem nos directos ou indirectos televisivos. Neste sentido, muitos deles converteram-se em verdadeiros profissionais de comunicação.

Foi neste ambiente hipermediatizado que a juíza teve de ler uma espantosa e quase inacreditável súmula de uma sentença de duas mil páginas. Ouvimo-la e não nos convencemos. Por que será que o falso final deste tenebroso processo judicial se espelha de implausível? Ao ver aquela juíza arrumar estranha e penosamente os papéis enquanto ouvia um dos advogados dos réus algo se projecta deslocadamente naquele insólito espaço físico. Não sei muito bem o quê, mas eu não gostava, enquanto réu condenado, que uma juíza ou juiz ouvisse o meu advogado ao mesmo tempo que limpava, atarefada, a secretária, cortando-lhe de imediato a palavra, quando contemplou que a criticava do ponto de vista processual.

Por outro lado,

Artigo exclusivo PREMIUM

Tenha acesso ilimitado a todos os conteúdos do site e à edição semanal em formato digital.

Se já é PREMIUM,
Aceda à sua conta em

OUTROS ARTIGOS do mesmo autor

NOTÍCIAS QUE PODEM SER DO SEU INTERESSE

ARTIGOS DE OPINIÃO + LIDOS

Notícias Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS