Com o fim do estado de emergência, a maioria das empresas diz-se preparada para retomar a atividade, mas teme a quebra na procura, a falta de liquidez e revela medo em relação ao futuro.
A Nervir informou hoje que questionou as associadas sobre as dificuldades criadas pela pandemia da covid-19 e a sua evolução, abrangendo empresas de serviços (50%), agricultura (30%) e indústria (20%). Mais de 76% destas empresas têm até 20 trabalhadores.
Segundo os resultados divulgados pela associação, 46,7% das empresas não suspenderam a produção, nem total nem parcialmente, ou seja, continuaram a laborar, sendo que apenas 13,3% suspendeu totalmente a produção e 40% o fez parcialmente.
Destas empresas, apenas 36,7% tem trabalhadores em ‘lay-off’, as restantes 63,3% referiram não ter qualquer trabalhador nesta situação.
Por outro lado, apenas 40% das empresas referiu ter trabalhadores em teletrabalho.
Quando questionadas sobre os fatores que mais estão a afetar a atividade empresarial, foi apontada a “quebra ou inexistência da procura, por parte de 79,2% das empresas, problemas de tesouraria (29,2%) e algumas referiram ainda problemas com cobranças.
Com o fim do estado de emergência, 96,6% das empresas, que agora estão com suspensão total ou parcial, referiram estar preparadas para retomar a atividade.
No entanto, apontaram dificuldades que preveem enfrentar como “a falta de tesouraria por parte dos clientes, a quebra na procura resultante da quebra de confiança do consumidor e o medo em relação ao futuro, a dificuldade de escoar produto porque a abertura será parcial, a falta de liquidez e a quebra em todas as áreas de negócio, assim como o cumprimento dos prazos de pagamento”.
Já as empresas produtoras de vinhos da região, referiram ainda a "dificuldade da retoma da procura e comercialização de vinhos, a incerteza quanto ao escoamento de produção da campanha das vindimas 2019/2020, assim como a difícil retoma no canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés) e no enoturismo”.
Apenas uma das empresas questionadas considerou a hipótese de, tendo em conta a atual situação, ter de encerrar a sua atividade.
As associadas da Nervir consideram que esta “vai ser uma crise longa e pedem apoios por parte do estado, com menos burocracia nas ajudas atribuídas, assim como na contratação de empréstimos bancários”.