O Teatro de Vila Real apresentou, na terça-feira, a sua programação para setembro, outubro, novembro e dezembro. São quatro meses dedicados à música, teatro e à magia, em que se destacam os concertos de Luísa Sobral, a 26 de setembro, às 18h00, no Grande Auditório e de David Fonseca que vai apresentar o seu novo espetáculo, “Futuro Eu”, a 7 de novembro. Em dezembro, dia 19, Miguel Araújo apresenta-se aos vila-realenses a solo, para exibir os seus recentes sucessos e também as canções que o tornaram mais conhecido n’ Os Azeitonas.
Rui Araújo, diretor do Teatro de Vila Real, referiu que neste último período do ano há três linhas de programação. A primeira vai trazer artistas consagrados, como Luísa Sobral, David Fonseca, Gregório Duvivier, famoso ator brasileiro da “Porta dos Fundos”, Alexander Stewart, um nome forte do jazz internacional, ou Miguel Araújo, que fecha o período de programação. A segunda linha traz artistas bem conhecidos no panorama nacional e também internacional, que se juntam à comunidade local, com ou sem experiência, em que haverá quatro espectáculos em carteira. O primeiro é o “Jazz aos Montes”, que abre a 12º edição do Douro Jazz (decorre durante cindo dias), com um workshop de improvisação orientado por Filipe Melo e destinado aos músicos da região, culminando num concerto coletivo do género “big band”. Há ainda uma noite dedicada ao Swing e Lind Hop. O encerramento do festival está a cargo do britânico Alexander Stewart. Destaque ainda para o “Baile”, que reúne novamente artistas de renome que se vão juntar à comunidade local para encenar um espetáculo de dança e teatro. A terceira linha de programação é uma mostra do que se vai fazendo artisticamente em Vila Real e também na região, em que foram escolhidos artistas que já se revelaram e que terão oportunidade de se apresentar em nome próprio, como os Can Cun, um trio de pop eletrónica, a Tuna Elétrica da Timpeira, que tem uma longa carreira e prepara-se para lançar um disco, o Ruben Félix, um jovem mágico ilusionista, e ainda as companhias de teatro Urze e Filandorra, que vão apresentar as suas novas produções.
A casa de espetáculos vila-realense volta também a fazer parcerias com várias instituições, como a UTAD. Assim, em conjunto, vão promover uma residência artística de 19 a 24 de outubro, com o francês Philippe Séranne que se vai sentar ao piano a trabalhar as suas criações. Depois estará junto dos alunos da universidade transmontana para falar do seu trabalho e da inspiração que as viagens lhe trazem. No final fará uma atuação no pequeno auditório, numa súmula da sua carreira e da residência que o traz a Vila Real.
Eugénia Almeida, vereadora responsável pelo pelouro da Cultura na câmara de Vila Real, realça a aposta “muito forte” na ligação à comunidade, que pretende enriquecer “os nossos públicos”. “Temos ainda a parte infanto-juvenil, que queremos valorizar ainda mais, porque para o executivo municipal é importante formar novos públicos, com maior qualidade”.
Esta agenda para os quatro meses que se seguem chama-se “o Teatro e a Comunidade”, precisamente para vincar “a aposta que fizemos para trazer a comunidade até nós”, sublinha a vereadora.
Por último, Rui Araújo falou sobre a “longa crise” que tem destruído muito daquilo que foi criado em Portugal, ao nível da programação artística, com vários teatros municipais a “verem a programação descer ao nível da quantidade e da qualidade”. No entanto, reforça que o Teatro de Vila Real, com o apoio da autarquia e com alguma imaginação, “tem conseguido resistir e contornar as dificuldades orçamentais que a Troika impôs também a este teatro”.