Sábado, 18 de Janeiro de 2025
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Milhares de sobreiros e azinheiras abatidos no Tua

Para viabilizar a construção da barragem da Foz do Tua, o Governo emitiu um Despacho que autoriza o abate de milhares de sobreiros e azinheiras no Vale do Tua. Esta decisão foi contestada de imediato pela associação ambientalista Quercus, que garante tal decisão vai “afectar de modo irremediável o património natural do Vale do Tua”, um dos melhores conservados de Portugal.

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A publicação do Despacho n.º 13491/ 2011, de 10 de Outubro, do Ministério da Economia e Emprego e do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, com a necessária Declaração de Imprescindível Utilidade Pública, vem viabilizar o abate, por parte da EDP, de mais de 1104 sobreiros e 4134 azinheiras em povoamentos e núcleos de valor ecológico elevado no Vale do Tua. Esta intervenção irá abranger as encostas do rio Tua nas zonas que ficarão submersas, e terá efeitos na fauna selvagem.

Esta prática de abate é habitual nos territórios que são inundados, já na construção da barragem do Alqueva aconteceu o mesmo. A Quercus continua a lamentar o avanço do processo de construção da barragem. “A ser construída, a barragem apenas irá produzir o equivalente a 0,07 por cento da energia eléctrica consumida em Portugal em 2006 (dados da Rede Eléctrica Nacional)”.

A associação ambientalista refere que, mais uma vez, “Portugal anda em contraciclo, construindo barragens irrelevantes quando os países mais avançados já iniciaram a demolição das barragens com pouca utilidade”.

Recorde-se que, após um controverso processo de Avaliação de Impacte Ambiental, foi efectuada pela Quercus uma queixa à UNESCO, alertando para a desactivação da linha do Tua e para a afectação negativa da paisagem com a construção da barragem. “Questionamos a consideração da inexistência de alternativas válidas para a construção do empreendimento, quando as mesmas não foram estudadas ao nível da Avaliação de Impacte Ambiental”.

A associação referiu ainda que “este Despacho representa uma inaceitável subserviência à política de publicidade enganosa e facto consumado promovido pela EDP. É também um desrespeito vergonhoso às promessas feitas pelo Governo de reavaliar o programa nacional de barragens”, concluiu.

 

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