A publicação do Despacho n.º 13491/ 2011, de 10 de Outubro, do Ministério da Economia e Emprego e do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, com a necessária Declaração de Imprescindível Utilidade Pública, vem viabilizar o abate, por parte da EDP, de mais de 1104 sobreiros e 4134 azinheiras em povoamentos e núcleos de valor ecológico elevado no Vale do Tua. Esta intervenção irá abranger as encostas do rio Tua nas zonas que ficarão submersas, e terá efeitos na fauna selvagem.
Esta prática de abate é habitual nos territórios que são inundados, já na construção da barragem do Alqueva aconteceu o mesmo. A Quercus continua a lamentar o avanço do processo de construção da barragem. “A ser construída, a barragem apenas irá produzir o equivalente a 0,07 por cento da energia eléctrica consumida em Portugal em 2006 (dados da Rede Eléctrica Nacional)”.
A associação ambientalista refere que, mais uma vez, “Portugal anda em contraciclo, construindo barragens irrelevantes quando os países mais avançados já iniciaram a demolição das barragens com pouca utilidade”.
Recorde-se que, após um controverso processo de Avaliação de Impacte Ambiental, foi efectuada pela Quercus uma queixa à UNESCO, alertando para a desactivação da linha do Tua e para a afectação negativa da paisagem com a construção da barragem. “Questionamos a consideração da inexistência de alternativas válidas para a construção do empreendimento, quando as mesmas não foram estudadas ao nível da Avaliação de Impacte Ambiental”.
A associação referiu ainda que “este Despacho representa uma inaceitável subserviência à política de publicidade enganosa e facto consumado promovido pela EDP. É também um desrespeito vergonhoso às promessas feitas pelo Governo de reavaliar o programa nacional de barragens”, concluiu.