Sendo uma das romarias mais antigas do concelho de Boticas, as festividades em honra do padroeiro da guerra, da fome e da peste, repetem-se a cada ano que passa, com os habitantes de Dornelas a oferecerem pão, carnes de porco cozidas em potes de ferro ao lume e arroz a todos quantos visitam a aldeia no dia dedicado ao santo. Reza a tradição que enquanto assim o fizerem a aldeia fica protegida da guerra, da fome e da peste.
As origens desta devoção remontam ao tempo das invasões francesas, altura em que os habitantes de Dornelas prometeram a S. Sebastião que se mantivesse as tropas napoleónicas longe da aldeia, todos os anos, por ocasião da celebração do dia do santo, ofereceriam de comer a todos quantos se deslocassem à aldeia. Um forte nevão terá mantido as tropas francesas longe da aldeia, passando ao largo, o que foi considerado um milagre do Santo, que passou então a ser ainda mais venerado e a quem todos os anos, séculos volvidos, os habitantes continuam a prestar tributo, mantendo a tradição de oferecerem comida, disposta ao longo de uma longa mesa colocada nas ruas de Vila Grande.
Despois dos preparativos nos dias anteriores, as festividades arrancaram com a eucaristia, a que se seguiu a tradicional procissão e a bênção dos alimentos oferecidos no bodo comunitário a todos os que se deslocaram até Vila Grande para assistirem e participarem nestas festividades, antes de serem colocados sobre a extensa mesa de madeira.