Domingo, 16 de Fevereiro de 2025
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Milionários e forrretas

Em tempos que já lá vão, em que os industriais usavam fato de colete e os banqueiros pérola nas gravatas, quando os farfalhudos bigodes se arrebitavam em sinal de prosperidade e os charutos cubanos enevoavam de fumo os salões da nobreza, distinguia-se o peso das fortunas pela qualidade da filantropia. Ou seja: quanto mais benemérito fosse o milionário, mais era considerado pelos seus iguais e pela sociedade em geral.

Rico, mesmo rico, rico a valer, era o verdadeiro filantropo, quem fundava escolas, quem passava abonados cheques a orfanatos, quem construía e dava o seu nome a hospitais, quem sustentava as Misericórdias, quem, ao fim e ao cabo, mostrava que tinha fortuna para dar e vender. O acto de dar generosamente – entendendo–se generosamente como, em quantidade – era sinal de grande poderio financeiro, pois quem assim dava decerto teria nos seus cofres muito para além do que distribuía. Por outro lado, rico que se encolhesse nas esmolas era de desconfiar: alguém que se faria passar por quem não era, e que não teria dinheiro que justificasse a posição social que teimava em ocupar. Um

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