À chegada, a Murça, o Ministro das Finanças surpreendeu, ao conduzir a viatura do Governador Civil de Vila Real. Mas não trouxe novidades, sobre a região duriense que, mais uma vez, foi “avisada” de que não pode ficar à espera que os problemas se resolvam, devendo, sim, lutar, não só para preservar a sua herança, mas, também, para se dar a conhecer e competir com outras regiões, igualmente belas e poderosas.
“O Douro é valioso, mas não é único. Temos que nos dar a conhecer, para conquistar o Mundo”, alertou Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças que, no dia nove, participou em mais uma iniciativa da comemoração dos 250 anos da Região Demarcada do Douro.
Segundo o Ministro, o Douro não pode esperar que seja o Governo, “qual Pai Natal”, a avançar com uma solução, deixando um desafio aos agentes económicos locais: “O desenvolvimento do Douro requer que os organismos locais tenham o dinamismo e a liderança para levar avante estratégias mais abrangentes que, de facto, coloquem o Douro no mapa” como “uma marca poderosa, multi-produtos e multi-serviços”, apelou o representante do Governo.
João Teixeira, Presidente da Câmara Municipal de Murça, aproveitou a oportunidade para falar, ao Ministro, sobre a nova Lei das Finanças Locais, lembrando a Teixeira dos Santos que “é preciso olhar para os Municípios mais pequenos”.
Apesar de dar o seu “apoio total às medidas avançadas pelo Governo”, o autarca murcense “puxou a brasa à sua sardinha”, adiantando que Murça, “tal como outros Municípios, precisa de ver reforçado o apoio, por parte do Poder Central”, acrescentando que “Murça recebe, de IMI, 400 mil euros, enquanto que, por exemplo, Mirandela recebe dois milhões. Murça recebe, de imposto automóvel, 20 mil euros, enquanto que, tendo em conta o mesmo exemplo, Mirandela recebe 300 mil”, sublinhou João Teixeira, justificando o seu apelo a Teixeira dos Santos.
Na mesma cerimónia, foram apresentados dois estudos, sobre o Douro, um relativamente ao sector do desenvolvimento e investigação, proferido pelo Vice-Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Eduardo Rosa, e outro sobre o património arquitectónico que se pode encontrar nos 900 quilómetros de margens do rio, o qual esteve a cargo do espanhol José Ramon, da Universidade de Salamanca.
Relativamente à cooperação com Espanha, nomeadamente com os territórios que partilham o rio, como é o caso da província espanhola de Castela e Leão, Teixeira dos Santos salientou, ainda, que é necessário valorizar todo o património, em conjunto:
“A estratégia deve ser abrangente, para fazer com que o Douro seja uma região conhecida”, explicou o responsável político, durante a cerimónia que também contou com a presença de Vítor Valverde, representante oficial do Governo da Junta de Castela e Leão.
Maria Meireles