Segunda-feira, 13 de Janeiro de 2025
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Misericórdia cria Complexo Social em Sabrosa

É a resposta da Santa Casa da Misericórdia de Sabrosa às necessidades geriátricas e sociais de um concelho que, de 1950, com quinze mil habitantes, passou, em 2006, para cerca de sete mil. Destes, quase um quarto da população tem mais de 65 anos. Depois da criação de um Lar, a instituição tem pronta uma […]

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É a resposta da Santa Casa da Misericórdia de Sabrosa às necessidades geriátricas e sociais de um concelho que, de 1950, com quinze mil habitantes, passou, em 2006, para cerca de sete mil. Destes, quase um quarto da população tem mais de 65 anos. Depois da criação de um Lar, a instituição tem pronta uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados e prepara-se para construir uma Creche, cujas obras deverão arrancar, até final deste ano.

O investimento nestas duas importantes obras ronda um milhão e oitocentos mil euros. A creche vem preencher uma lacuna social da própria vila. Ou seja: Sabrosa não tem uma Creche. E é a única sede de concelho em que tal falha se regista. Por outro lado, a Unidade de Cuidados Continuados já está concluída e deve abrir, em breve. Assim, a Santa Casa de Misericórdia de Sabrosa avança para a criação de um Complexo Social, e, ao mesmo tempo, um espaço intergeracional, onde, no mesmo espaço, acolherá crianças e adultos.

 

Falta de Internamento tem sido um grave problema

 

Uma pessoa que sempre sonhou com estes importantes equipamentos é o Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Sabrosa, Fernando Freitas que abordou, ao Nosso Jornal, os projectos e a vivência da instituição, no momento e para o futuro, começando por recordar que a ambição do Hospital já vinha de longe.

“Quando eu era miúdo (e estamos a falar da era dos anos vinte, do século passado), já se falava de um Hospital, em Sabrosa e que, para isso, já havia terreno, na antiga companhia mineira, na base da Serra do Cribeiro. Porém, não chegou a avançar”.

Em relação à Unidade de Cuidados Continuados Integrados, a instituição vem completar algumas carências que existem, na vila e no concelho.

“Não temos internamento. O Centro de Saúde nem sempre está aberto e vamos, assim, dar resposta às pessoas do concelho (e não só) que nos procuram. Os acordos que se irão protocolar com a Sub-Região de Saúde de Vila Real e com a Segurança Social são para uma Unidade de Internamento Médio, cujos utentes ficam inseridos no “escalão” de mais de trinta e menos de noventa dias de acolhimento” – acrescentou Fernando Freitas que sublinhou: “Esta valência de Saúde será, então, um hospital de retaguarda, em relação ao próprio Hospital de Doentes Agudos do Centro Hospitalar de Vila Real, mas podemos receber pacientes de outros pontos do país”.

 

Hospital possui diversas valências

 

O Hospital está pronto a entrar em funcionamento e logo na sua máxima capacidade de acolhimento e funcionamento.

“São vinte camas autorizadas, com oito quartos e denomina-se Unidade de Cuidados Continuados Integrados”.

Esta obra iniciou-se, em Julho de 2005, Depois de pronta e equipada, está orçada em um milhão e meio de euros.

“Possui diversas valências. Os quartos e enfermarias, airosos e com bastante luz, estão equipados com o que de melhor se pode proporcionar de conforto a um doente, reunindo, também, óptimas condições para os profissionais de Saúde e pessoal de apoio. Possui sala de reabilitação, ginásio, gabinetes médicos e um espaço de fisiatria que, mais tarde, poderá prestar serviços à comunidade. Existem, também, quartos individuais. Os gabinetes médicos poderão ser, também, para consultas externas e para outras especialidades. Uma outra valência é o atendimento domiciliário. Temos uma unidade móvel que é nossa, mas que funciona em parceria com o Centro de Saúde. Fazemos vinte e quatro domicílios e atendimento de enfermagem permanente. No Lar, já temos seis camas operacionais” – acrescentou.

Para o futuro, poderá estar um outro Lar no horizonte: “Neste momento, precisávamos de um outro Lar. Tínhamos a ideia de avançar com uma candidatura ao programa Pares e estava previsto para Souto Maior. Passava pela recuperação da antiga escola. Ainda mantemos contactos com a Segurança Social, mas o terreno não chegava para o que pretendíamos, pois tínhamos a intenção de arrancar com vinte ou trinta e só dava para dez. Vamos ver se conseguimos um outro espaço”.

 

Creche vai acolher trinta e três crianças

 

Futuramente, também vai avançar a construção da Creche: “O protocolo de financiamento vai ser assinado, em breve. E, no âmbito do Programa Pares, vai acolher trinta e três crianças. Temos o terreno e o projecto que já entrou na Câmara. Julgo que, até Agosto/Setembro, o concurso será lançado” – adiantou Fernando Freitas, clarificando que “é uma obra que ronda os trezentos e cinco mil euros e vai ficar junto às nossas instalações. Ficaremos, assim, com um Lar, Unidade de Internamento e Creche. Ou seja: um autêntico Complexo Social”.

A criação de uma Creche, na vila, é inédita, em Sabrosa. Até agora, nunca existiu tal equipamento e, em 2008, tal serviço poderá ficar já disponível, para a comunidade local.

“A obra será comparticipada em cerca de 174 mil euros e teremos de suportar o restante. É um investimento bom, para Sabrosa que não tem Creche. Temos uma em S. Martinho e outra em Vilarinho de S. Romão. As crianças da vila estão em amas” – realçou o Provedor da Santa Casa de Misericórdia, Fernando Freitas. Este responsável referiu, ainda, que a procura pelo acolhimento de crianças é muita e deixa no ar, até, uma questão pertinente: “Não se compreende que o maior aglomerado populacional do concelho ainda não tenha uma Creche”.

Em relação a apoios, o dirigente tem a promessa de que “a Câmara pode comparticipar, com vinte por cento, no valor que a instituição tem de suportar, no empreendimento da Creche.”.

A obra deve arrancar, até ao final deste ano, e vai durar o mesmo período para ser concretizada. Sublinhe-se que foi a única Creche a ser aprovada pelo Programa Pares, para 2007, sendo a candidatura apresentada em 2006.

 

Lar já possui camas

operacionais

 

Em relação ao Lar de Idosos, possui trinta utentes. Mas, ao que apurámos, junto de Fernando Freitas, já existe uma longa lista de espera.

“Temos setenta e sete, em lista de espera. Todos os dias nos chegam pedidos” – garantiu.

Quem vê com bons olhos estas iniciativas é o Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, José Marques, que as considera “importantes e fundamentais”, ao nível das áreas da Saúde, Infância e Emprego. E considera que “cumpre uma lógica de proximidade de serviços para o cidadão, sempre necessária, em termos de localidades do interior”.

Refira-se, como curiosidade, que a população do concelho apresenta os seguintes itens, quanto ao seu escalão etário: a sua população apresenta 15% de pessoas, entre 0 e 14 anos; 14% entre os 12 e 24; 49% entre os 25 e 64; e 22% com mais de 65 anos. Ou seja, Sabrosa é um dos concelhos mais envelhecidos do distrito de Vila Real.

A Santa Casa de Misericórdia local foi fundada em 1988, sendo, actualmente, no distrito de Vila Real, uma das mais prestigiadas instituições, de âmbito social.

 

José Manuel Cardoso

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