A maioria dos objetos foi doada pela população, e essa é uma das particularidades deste museu tão diferente. A maioria é do século XIX, mas há estelas, moedas e um berrão com milhares de anos. Este último, que se encontrava num antigo castro, no cimo da serra, onde hoje está situado o Santuário de N. S. da Assunção, em Vilas Boas, tem cerca de 3500 anos, já que é típico da cultura castreja.
A ideia de criar um museu em Vila Flor surgiu de Raúl de Sá Correia, que começou a reunir peças junto da população, sendo por vezes insistente e não deixava cair no esquecimento as promessas de alguma relíquia que alguém tinha lá em casa.
Para abrir o equipamento cultural, contaram com o apoio do Estado e de beneméritos, destacando-se Cabral e Berta Cabral, a quem ficou a dever o nome.
A diversidade do espólio é um dos motivos que surpreende os visitantes. Se à entrada se deparam com arte sacra, na segunda sala os artefactos vão desde numismática, leques, mobiliário antigo até máquinas de escrever, sendo uma das maiores coleções conhecidas. Noutro espaço impõe-se a pintura e, ao lado, documentos de relevo para o concelho, como o foral manuelino, no andar de baixo os achados mais antigos, bengalas que escondem armas, utensílios de cozinha antigos, grafonolas ou telefonias, e até arte africana. Uma grande diversidade, que demonstra o gosto pelas artes que a população de Vila Flor foi sempre tendo.
A cada canto descobre-se uma relíquia. O objeto destacado no mês de maio foi um leque, cuja relevância foi agora descoberta. O leque comemorativo do casamento dos reis D. Carlos e D. Maria Amélia é um dos poucos que ainda existem. Produzido em França com osso e cetim, até agora só se conheciam quatro no país e este é o quinto.
Já o ano passado foi “descoberto” um quadro que durante o processo de restauro, se percebeu que é de uma das escolas de pintura flamenga do século XVI, tendo um valor incalculável.
Outras unidades
O Centro Interpretativo da Reserva da Biosfera da Meseta Ibérica, no edifício do Posto de Turismo, é um projeto que tem a missão de contribuir para a conservação de paisagens, ecossistemas, espécies e a biodiversidade e, em simultâneo, impulsionar a valorização e o desenvolvimento, social, cultural e económico. O espaço expositivo, comunicativo e interpretativo, mostra o potencial da região com recurso a painéis, tecnologias de informação e comunicação, jogos interativos, objetos naturais, mobiliário de exposição temático, réplicas e elementos audiovisuais.