Inicialmente pensado como um Centro de Observações da Natureza, foi desenvolvido por fases com o objetivo de criar um espaço inovador, tendo em conta a valorização dos recursos endógenos. A conceção deste projeto só foi possível através dos apoios públicos que permitiram a criação de dois trilhos pedestres, uma via ferrata (itinerário vertical contruído com cabos de aço no ponto mais alto do concelho, em Alturas do Barroso) e a adaptação de uma antiga escola, em Carvalhelhos, para poder receber visitantes. Com estes apoios foi ainda possível requalificar uma quinta pedagógica, com uma horta biológica e animais de quinta para a valorização da biodiversidade e para a conservação da diversidade genética agrícola.
O parque é atravessado pelo rio Beça, que apresenta uma vasta mata ripícola, entre uma área que, apesar da sua evolução natural, necessitou de uma recuperação com regeneração do coberto vegetal natural, sobretudo carvalhais e das formações arbustivas.
A área encontra-se preservada, garantindo o seu valor natural e paisagístico, com especial cuidado na proteção dos habitats. Tendo como área de intervenção os antigos Viveiros Florestais da Relva, com aproximadamente 60 hectares, a criação deste parque contemplou a construção de infraestruturas e equipamentos de apoio, no sentido de tornar possível a gestão direta de habitats e espécies, a visitação do espaço, conservação e valorização do património natural.
O protocolo assinado entre a Celtiberus e a câmara municipal permitiu a esta associação assegurar o funcionamento do parque, organizar a venda ao público do viveiro de trutas-fário, que é uma espécie endémica em Boticas, zelar pela manutenção do espaço, efetivar a educação ambiental, acompanhando visitas escolares, monitorizar o espaço, identificar as espécies, desenhar os percursos interpretativos e organizar atividades como o arborismo, a canoagem, os trilhos e as caminhadas temáticas.
As infraestruturas criadas e as atividades a desenvolver permitem ao público o contacto com a natureza e com as populações. O espaço tem um vasto património natural e construído e com as componentes pedagógica e científica, encontram-se reunidas as condições para fazer do Boticas Parque um espaço atrativo e um excelente local para visitar.
15 MIL PESSOAS
Nuno Teixeira, coordenador do Boticas Parque, refere que neste momento são o equipamento do município que mais gente recebe durante o ano, são cerca de 15 mil pessoas. “Por aqui passam muitas pessoas do concelho, mas maioritariamente população do Minho e estrangeiros, espanhóis, da zona da Galiza”, indica
O parque funciona em várias áreas. Uma das principais cinge-se pela preservação ambiental em que o próprio Parque tem uma pegada importante no repovoamento dos rios e com as medidas de mitigação para a implementação do mexilhão de rio. “Fazemos reflorestação das nossas florestas e uma parte agrícola onde trabalhamos as nossas plantas aromáticas e medicinais que também serve como referência para a educação ambiental já que um dos públicos-alvo são as escolas”, salienta.
No Boticas Parque há alojamento, passeios de kayak, arborismo, caminhadas, provas de trail e provas de obstáculos que “nos dá uma dinâmica durante o ano inteiro”, conta. Um dos objetivos com esta panóplia de atividades é atrair pessoas ao concelho para que possam degustar a gastronomia e conhecer os produtos endógenos desta região barrosã.
O Boticas Parque é considerado como a porta de entrada do concelho onde se faz a divulgação da cultura, da natureza e da biodiversidade promovendo também as aldeias.