Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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Natal em Chaves: Doces com jerimu abrilhantam a ceia

Rabanadas, sonhos e filhoses, bolo rei e outras iguarias são a forma ideal de terminar as refeições nos dias de Natal, em especial para aqueles que são mais gulosos.

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Em Chaves, alguns destes doces típicos das festas têm um ingrediente especial: abóbora, mas especificamente o jerimu. Depois de cozida, ela é acrescentada às filhoses e aos sonhos, sendo receitas que, noutros tempos, só eram confecionadas no Natal. “Agora já se come todo o ano, mas antigamente era só nesta altura”, conta Anabela Barros, que tem uma confeitaria com bolos caseiros.

“O jerimu é tradição nossa”, afirma. De onde surgiu esse hábito não faz ideia, “mas que é bom, é”, garante. Tanto que a receita passou de geração em geração. “Já veio da minha avó, da minha mãe, e agora comigo”, diz e assegura que “ficam diferentes, o sabor é melhor e não ficam tão duras”.

“O jerimu é tradição nossa.
Já veio da minha avó, da minha mãe, e agora comigo. Por que é usado não sei, mas que é bom, é”
Anabela Barros

Este tipo de abóbora é escolhida pelas suas características e depois de cozida é bem espremida. Anabela revela como costuma fazer as filhoses de jerimu. “Fica a escorrer de um dia para o outro, para sair a água toda, e depois essa polpa é misturada com ovos, farinha e fermento”, explica. E há dois tipos de filhoses com jerimu, as lêvedas e as que não levedam. Depois disso o bolo é frito e polvilhado com açúcar e canela, como a maioria dos doces desta época.

ENCOMENDAS

E se antes confecionar estes doces em casa era também uma tradição, agora muitos optam por encomendar a doçaria de Natal. “As pessoas procuram mais as rabanadas, os sonhos e o bolo rei, especialmente o escangalhado. São os mais pedidos”, diz à VTM Anabela, que vende estas iguarias na pastelaria Doçaria e recebe muitas encomendas nesta altura.

Também se vendem outros bolos e tortas, assim como os salgados, de que são exemplo os bolos de bacalhau. Tudo caseiro, garante. “Ajudam a relembrar os tempos mais antigos, porque agora nas padarias e confeitarias é tudo muito industrializado, eu continuo a fazer tudo à moda antiga”, afirma.

Assim, o sabor tradicional chega à mesa de Natal, mas evita-se trabalho. “As pessoas procuram principalmente os fritos, porque em casa é mais difícil de fazer, e as pessoas também têm menos tempo”, refere. Há mesmo clientes que encomendam de ano para ano.
Sejam feitos em casa, ou comprados, os doces são um ingrediente que a maioria considera indispensável para completar as tradições natalícias.

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