A editora Trás-os-Montes Records foi criada por uma equipa com ligações à região e é a impulsionadora da ideia com a apresentação hoje à noite num concerto no Museu Abade de Baçal de Bragança do primeiro trabalho.
A ideia nasceu em Lisboa após um evento gerado num encontro entre artistas, e resultou também neste primeiro trabalho, o disco com Maria Reis, na voz, Gabriel Ferrandini, na percussão, e o fotógrafo André Cepeda, na máquina de fumo e projeção.
Depois da apresentação em Bragança, segue em digressão por Guimarães, Porto, Viseu, Coimbra e Lisboa.
O disco tem edição limitada em LP 12' com 220 exemplares, alguns dos quais seguem para Londres, Chicago e França, como adiantou à Lusa André Cepeda. Está também disponível para escuta e venda digital, na plataforma Bandcamp.
Depois do disco, em julho, estará por terras transmontanas, durante 15 dias a trabalhar, o fotógrafo António Júlio Duarte e, em outubro, viajará de Chicago para Trás-os-Montes o músico, cantor e compositor norte-americano Daniel Knox, para produzir um trabalho.
Outras presenças estão já confirmadas, como indicou André Cepeda, filho da mentora do projeto, Elisa Cepeda, que, junto com Nuno Fernandes e Sérgio Couto, constituem a equipa da Trás-os-Montes Records.
André é fotógrafo e todos os membros da equipa estão ligados às artes e têm ligações à região transmontana.
A ideia é convidar artistas nacionais e internacionais de diferentes áreas a criarem nesta região e usar os resultados, sejam fotografias, pinturas em diversos trabalhos “para, de uma forma espontânea, levar o nome de Trás-os-Montes para fora”.
“Esta região é um lugar que proporciona um contexto totalmente diferente”, sustentou André Cepeda.
Os promotores apresentam Trás-os-Montes como “um território de características rurais, clima agreste e geograficamente distante dos principais centros urbanos” com uma “paisagem inspiradora e única no território nacional, com as suas múltiplas montanhas cobertas por uma vegetação autóctone, vastos planaltos e planícies onde os bravos pastores alimentam os seus rebanhos”.
“O progresso tornou possível viajar no território com maior conforto, contribuindo para a proximidade das populações, proporcionando novos desafios tanto para quem aqui vive como para quem vem de fora”, acrescentam.
A nova editora não tem um espaço físico, mas garante as condições necessárias aos artistas para se instalarem e desenvolverem o trabalho, como afincou.
“Talvez um músico gostasse de gravar no meio do campo, outro numa igreja, nós iremos adaptar cada projeto às necessidades”, exemplificou.
A equipa de jovens artistas por detrás do projeto, como contou, relaciona-se com vários criadores da arte contemporânea e da música, e dessas relações que foram estabelecendo ao longo dos anos, surgiu a ideia de os levar a Trás-os-Montes.
André Cepeda vincou que este projeto “é feito através de relações humanas, da vontade de criar, partilhar e fazer vir as pessoas a Trás-os-Montes”.
Os conteúdos produzidos na região, nos diversos formatos, serão posteriormente usados na edição de discos em vinil e suporte digital, capas de discos, performances e concertos, bem como criar um arquivo para futuras exposições e publicações.