A Panificadora e o Centro Histórico são os dois alvos de um projeto dinamizado pela Confederação de Empresarial de Portugal (CIP) que, apresentado no dia 29, colocou Vila Real num rol de cinco cidades escolhidas a nível nacional onde se pretende dar “Um Novo Impulso” ao nível da regeneração urbana.
Adriano Sousa, vereador da autarquia responsável pelo pelouro do Ordenamento do Território e Planeamento Urbano, explicou ao Nosso Jornal que o projeto, apoiado por fundos comunitários, escolheu a PanReal por se tratar de um “edifício emblemático” da cidade que nos últimos anos tem sido dotado ao abandono.
O edifício, localizado junto ao Bairro da Araucária, é hoje um dos centros das atenções, pela negativa, da capital de distrito, tendo em conta não só o seu estado de degradação avançada mas, sobretudo, pelo facto de ter sido a única obra assinada pelo arquiteto Nadir Afonso.
Tendo em vista a sua possível recuperação, o projeto, que inclui nos mesmos moldes o centro histórico da cidade, vai chamar os cidadãos a participarem na decisão sobre o futuro da infraestrutura. “Numa primeira fase vamos abrir à sociedade civil um período de debate para apresentação de ideias sobre as duas áreas selecionadas”, explicou o vereador.
O passo seguinte será “direcionado aos alunos da Universidade de Trás–os-Montes e Alto Douro (UTAD) que, com os docentes, vão desenvolver projetos já tendo em conta algumas das sugestões encontradas na discussão pública”.
“Numa terceira fase, profissionais do setor, arquitetos e engenheiros, irão apresentar soluções concretas para determinados edifícios ou áreas que tenham sido selecionadas nas fases anteriores”, adiantou ainda Adriano Sousa.
Para o vereador, o projeto é interessante porque vai fazer despertar a sociedade civil para a discussão de aspetos importantes ao nível urbanístico. “Muitas vezes ouvimos críticas, que quando são construtivas são sempre bem-vindas, mas que na maior parte das vezes não passam disso”, lamentou o autarca, lançando assim o apelo para que as pessoas contribuam com as suas ideias, o que poderá ser feito através de um link na página do município (www.cm-vilareal.pt).
Dinamizado em parceria com a autarquia, a Associação Empresarial de Vila Real (NERVIR) e a UTAD, o objetivo final do projeto passa, obviamente, pela concretização efetiva das soluções encontradas para aqueles dos espaços, estando prevista “a vinda de investidores estrangeiros, do Brasil, Angola, França, Alemanha, para que de facto vejam os projetos que foram selecionados e eventualmente haja alguma injeção de capital para que os projetos possam ser concretizados”.
Apoiado pelo programa COMPETE, o projeto “Regeneração Urbana – Um Novo Impulso” vai ser desenvolvido em cinco cidades de Portugal, nomeadamente Vila Real, Braga, Viseu, Leiria e Beja.
“Acho que a escolha da nossa cidade não foi inocente. Penso que encontraram em Vila Real um conjunto de características e indicadores que fazem crer que possamos estar numa nova fase em termos de regeneração urbana”, defendeu o vereador.
Rua da Diogo Cão vai ser uma “zona 30”
Ainda no âmbito da regeneração urbana, a Câmara Municipal vai apresentar hoje, a partir das 17h30, no Museu da Vila Velha, o projeto de requalificação da Avenida da Europa, uma obra que vai incluir a intervenção na Rua D. Manuel Cardona.
“Esta requalificação é estruturante no contexto da rede viária municipal e vai desbloquear algumas situações problemáticas”, adiantou Adriano Sousa, referindo-se mais exatamente à rua da escola Diogo Cão, uma artéria “desqualificada e sem condições de segurança”.
“Ao intervirmos no nó de ligação da urbanização de São Pedro com a Avenida da Europa e no nó das piscinas, que vamos transformar numa rotunda, estamos a criar as condições para requalificar aquela rua”, sublinhou o mesmo responsável, adiantando que a via vai ficar apenas com um sentido de circulação e vai ser a primeira “zona 30” (circulação máxima de 30 quilómetros por hora), da cidade.