Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025
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“O modelo que existe em Portugal está obsoleto e ultrapassado”

Sendo cada vez mais desafiante angariar voluntários, o comandante dos Bombeiros Voluntários Flavienses (BVF), José Lima, considera que “o modelo dos bombeiros que existe em Portugal está obsoleto e ultrapassado”.

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O voluntariado “deve manter-se em parte”, entende, mas “o socorro principal deve assentar numa base profissional”, para garantir o serviço operacional. “Das instituições que prestam socorro, os bombeiros são os únicos que estão com voluntariado, na PSP ou GNR ninguém é voluntário”, afirma. A formação é a mesma, “mas os voluntários, ainda que venham na sua folga, têm uma menor disponibilidade, até fisicamente”.

Considera que as EIP são um avanço, mas “ainda não o suficiente”, reconhecendo a dificuldade em arranjar financiamento para profissionalizar os bombeiros, mas “associações humanitárias, municípios ou o Estado central, alguma coisa vão ter de fazer para que isso se resolva”. O comandante defende que a melhor forma seria ter uma maioria de bombeiros profissionais, mas julga “que não vai ser fácil chegar a esse modelo”.

Apesar destas críticas, diz-se “feliz, quer com os elementos da corporação, com a instituição e com a direção da Associação Humanitária”. “Estamos na linha da frente”, garante.

“Responsabilidade, competência e disponibilidade são as palavras que definem a filosofia e forma de estar da instituição”
Nuno Chaves – Presidente

Nuno Chaves, presidente da AHBVF, destaca os investimentos feitos nos últimos sete anos, de mais de um milhão de euros. No primeiro mandato, “a preocupação foi renovar o parque de ambulâncias”, com oito novas, para que a associação estivesse “sustentada na prestação de transporte não urgente de doentes”. “Aumentámos a faturação, o que permitiu ter mais recursos humanos”, de 11 para os atuais 23 trabalhadores, e “financiar a atividade operacional e os ‘carros vermelhos’”.

Também compraram viaturas operacionais, “para o corpo de bombeiros estar apto a cumprir a sua missão”.

No segundo mandato, foram feitas obras nas instalações, a rondar os 400 mil euros, com novas camaratas, balneários e sala de estar. Já as antigas camaratas foram este ano reabilitadas, para receber os grupos posicionados na base de apoio logístico local.

O responsável garante que a AHBVF tem uma tesouraria sólida, com “aumento de receitas para fazer face aos investimentos” e maior “eficiência do lado da despesa”.

Segundo Nuno Chaves, esta não é das maiores instituições em número de pessoas, mas “é das instituições que mais pessoas serve, por isso é uma das mais importantes do concelho”. São a segunda Associação mais antiga do distrito, “o que confere outra responsabilidade, de estar à altura da história”.


Pode consultar o suplemento dedicado aos bombeiros AQUI

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