Com uma longa carreira de treinador, tudo começou no Resende, na época 1995/96, seguindo-se o Aguiar da Beira, SM Penaguião, Régua, Atei, Caíde de Rei, Sernancelhe, Fontelas, etc.
“A minha aprendizagem vem de jogar futebol e estar atento ao que diziam os treinadores, porque o meu grande sonho era ser profissional de futebol. Mas, devido à incerteza da profissão, dei prioridade aquilo que era certo, o meu emprego de contabilista”.
Estava há algum tempo sem treinar e abraçou o desafio lançado pelo presidente do Fontelas, Hugo Ermida, que o convidou para assumir a equipa sénior. “Confesso que veio na altura certa, já estava cansado da rotina de estar em casa. O Hugo pediu-me para ir ajudar e eu aceitei, porque as gentes de Fontelas são muito trabalhadoras e extraordinárias. Tive outros convites para equipas da Associação de Futebol de Bragança, mas não aceitei, porque também não queriam pagar aquilo que era justo”.
Quando chegou a Fontelas, José Maria Sousa confessa que o grupo estava desanimado com os resultados. “A maioria dos jogadores já me conheciam, assim como o meu método do trabalho, pelo que já estamos a ver alguma evolução no nosso trabalho. Disse logo que os comportamentos tinham de ser alterados, porque não poderíamos ter tantos amarelos por jogo. E eles compreenderam e estão a cumprir aquilo que lhe peço nos treinos. Até podemos perder, mas temos trabalhado imenso e eles estão abertos ao trabalho”.
Com os jogadores a assimilar cada vez mais aquilo que o treinador pede, José Maria Sousa já se sente mais satisfeito pelo que vê em campo da sua equipa. “Gosto de ver a evolução que têm demonstrado e acredito que poderemos continuar a melhorar”.
Questionado sobre qual é a melhor equipa do campeonato, reconhece o valor do Chaves B, mas diz que gostou mais da equipa do Mondinense. “O Chaves B não foi a melhor equipa que defrontei, gostei mais do Mondinense”.
Relativamente à Divisão de Honra da AFVR, o técnico refere que a “não há competitividade” quando não há descidas. O ideal era haver duas divisões com subidas e descidas, como era antigamente. Portalegre juntou-se a Castelo Branco para favorecer a competitividade. O caminho pode ser esse, as associações juntarem-se para aumentar a competitividade”.
Natural de Peso da Régua, José Maria Sousa ficou triste com a descida do SC Régua novamente ao distrital. “Fui ver jogos e acho que a época foi mal preparada. A diferença do distrital para o campeonato nacional é muito grande. E isso foi visível ao longo da época. Tinha de haver outra preparação, não se pode treinar apenas à noite, como aconteceu no início da época. O primeiro ano é o mais difícil e tinha de ser feita uma aposta diferente para o Régua se manter no nacional”.
A entrevista está disponível, na íntegra, nas páginas de Facebook e Youtube do jornal A Voz de Trás-os-Montes, no site ou em podcast, através do Spotify.
VEJA O VÍDEO DO PROGRAMA AQUI