António Martins entende mesmo que “se essa parte acabar, a população vai sofrer as consequências”. Não deixa de defender a aposta na profissionalização e considera que o voluntariado “deveria entrar no reforço”.
Bombeiro desde 1996, é comandante há 11 anos. Período em que se tornou mais complicada a captação de jovens. “Temos necessidade de, quase todos os anos, fazer recrutamento de novos bombeiros, começamos uma escola com 10 e chegamos ao fim do processo com 3 ou 4. Nesta última, dos 13, ficaram 11”, diz que foi um bom resultado.
Considera que os elementos da corporação são suficientes e que na época de maiores ocorrências, com os fogos florestais, contam com os sapadores florestais e GNR. “As condições climáticas e a desertificação humana, com abandono dos terrenos”, são vistas como a maiores dificuldades para os bombeiros. Mas conta como vantagem comandar “um grupo aventureiro, que gosta de desafios, não se nega a nada e dá tudo o que pode em prol dos outros”.
“As pessoas olham para os bombeiros com confiança, na sua operacionalidade, profissionalismo e também com carinho”
Carlos Rosa – Presidente
Apesar de o preço por quilómetro pelos serviços prestados ser “irrisório”, e não ser rentável, dando mesmo prejuízo, sabe “da importância que tem para a comunidade”.
“Se não fossem as autarquias a ser o braço direito destas corporações, muitas fechavam”, frisa.
Carlos Rosa, é presidente da AHBVRP há poucos meses, mas terá já como missão apresentar uma candidatura para requalificar o quartel com cerca de 30 anos, um projeto de 800 mil euros que já está pronto. O dirigente tem como objetivo “alcançar a sustentabilidade da associação, a nível social, financeiro, e humano”, “com mais pessoas, mais meios, para prestar o melhor socorro, e saúde financeira”.
A AHBVRP vive sem dívidas e tem uma gestão cuidada. O que o preocupa “mais do que a sustentabilidade financeira é a sustentabilidade humana das associações”.
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