As obras para a criação do novo PADDOCK do Circuito Internacional de Vila Real, localizado na Alameda de Grasse e na Rua Ator Ruy de Carvalho, vão começar na próxima segunda-feira, dia 9, confirmou o presidente da Câmara Municipal, Rui Santos, à VTM.
A intervenção “passa pela retirada de paralelo, alcatroamento e nivelamento daquela zona, para que possa servir de PADDOCK para a realização do 45º Circuito Automóvel de Vila Real”, explicou o autarca revelando que “está tudo organizado e preparado para que as obras causem o menor transtorno possível aos moradores”.
O projeto, que vai ser responsável pelo desaparecimento do relvado da Alameda de Grasse e abate de “algumas árvores”, vai contar com um investimento apoiado numa candidatura aos fundos europeus de 600 mil euros, apresentada, segundo o autarca, “ainda antes de se saber que Vila Real iria receber o WSTCC”.
Para a organização da prova, que está agendada para os dias 11 e 12 de julho, o município apresentou outra candidatura, desta vez para a vertente “imaterial”, uma componente de financiamento na ordem também dos 600 mil euros e que irá custear “a homologação do Circuito para o nível três da Federação Ineternacional de Automobilismo (FIA)” e para o pagamento das taxas de transmissão da Eurosport.
Relativamente à animação, Rui Santos não quis levantar o véu sobre o que está a ser programado, já que a organização ainda está a “fechar contratos”, no entanto adiantou que haverá uma “grande atividade” na Praça do Município. “Vamos apresentar um grande programa e animação não só para as corridas mas para as festas da cidade. Não temos ainda o programa fechado, mas aquilo que garanto é que voltaremos a comemorar o dia do Emigrante e a comemorar todas as atividades relacionadas com o São Pedro, Santo António e São João”, adiantou.
“Não podemos ter corridas a todo o custo”
António Carvalho, vereador do Partido Social Democrata na Câmara Municipal de Vila Real, lançou algumas críticas à organização das corridas, considerando que, acima de tudo, é necessário “salvaguardando os interesses dos vila-realenses”.
No final da última reunião da Assembleia Municipal, realizada no dia 27, o social-democrata explicou que existe “um conjunto de dificuldades ou de exigências que a FIA vai fazer e que vai transtornar por completo alguma da dinâmica local”. “Durante aqueles dias põe-se a hipótese de revogar todos os contratos de publicidade que a Câmara tem à volta do circuito. Vão fazer publicidade a coisas de maior monte, de nível nacional ou internacional, esquecendo a dinâmica do comércio local”, exemplificou António Carvalho considerando que as corridas devem também ser entendidas como “uma mais-valia” para a divulgação empresarial do concelho e da região.
Além de criticar a intervenção da Alameda de Grasse. Defendendo que poeria ser encontrada uma solução que não transformasse aquele espaço, o PSD levanta ainda outra questão: “Os serviços locais podem não ser capazes de responder forma afirmativa” a presença de tantas pessoas, sublinhou o vereador revelando que “pode transtornar muita da segurança e da capacidade dos locais de saúde, hospitais, poder responder a possíveis situações”.
António Carvalho sublinha que “é a favor das corridas”, mas acusa assim o atual executivo de “falta de estratégica” e de “cautela”.
Sobre as críticas, Rui Santos reconhece que “as corridas têm vantagens e desvantagens”, como por exemplo “a intervenção urbana que, com certeza não agradará, à toda a gente” mas sublinhou, “pesando os prós e os contra” a autarquia optou “por fazer este grande evento”, que vai trazer “mais de 200 mil pessoas será visto por mais de 500 milhões de pessoas, em 22 países, em 11 canais” e que colocará “Vila Real no primeiro patamar do automobilismo a nível mundial”.