Como já no dia 11 me tinha acontecido no Terreiro do Paço, também aqui não consegui ver de perto Sua Santidade, mas só o prazer de, mais uma vez, rezar e ouvir a sua voz valeu bem o transtorno de levantar cedo e sujeitar-me aos apertos da multidão. Claro que todos quantos desceram ao Terreiro do Paço, a Fátima e à Av. dos Aliados gostariam de ver ao vivo Sua Santidade, mas quem ficou afastado do Altar, que além disso é pequeno, aconteceu-lhe como eu: não viu, mas ouviu. Mas ninguém ficou triste, pois quem no meio da multidão não viu, pelo menos participou. Tanto mais que os fiéis, mais bem esclarecidos, também não foram ali com o único propósito de ver o Papa, foram para tomar parte na Eucaristia e agradecer ao Vigário de Cristo a sua visita e confiança que deposita no povo português. De realçar aqui, o facto desta visita de Bento XVI se desdobrar por Lisboa, Fátima e Porto e nem por isso ter influído por forma a fazer diminuir o número de peregrinos na Cova da Iria, disso deu testemunho as cerca de 500.000 pessoas que nessa manhã estiveram em Fátima.
Espectáculo impressionante, este, que animado por uma vibrante massa humana se reflecte pela espiritualidade, harmonia e cor, na alma de todos nós fieis cristãos. A diversidade de línguas, de raças, de bandeiras e estandartes representativos dos mais diversos povos e regiões do globo são a prova que Fátima deixou há muito de ser um santuário de peregrinação nacional para, universalmente, ser o Altar do Mundo. Que o digam os nossos vizinhos espanhóis que nestas alturas suplantam tudo e todos. Neste campo temos muito que aprender com eles. Parabéns!
À cidade do Porto calhou a honra de receber Bento XVI, no último dia de uma jornada de quatro dias que fez a Portugal. Mais de 150.000 pessoas provenientes da toda a região nortenha aproveitaram a manhã do dia 14 para, na Cidade da Virgem, manifestarem a sua admiração e fidelidade ao representante de Jesus Cristo na terra; e de, na hora da despedida, para além dos votos de boa viagem até ao Vaticano, lhe agradecerem por tudo quanto nos ensinou e deu a saber. Doravante vão diminuir, suponho, “os crentes envergonhados” deste país que devem à Igreja Católica a sua origem como nação. Também o nosso obrigado.