Segundo referiu hoje o PEV, em comunicado, a redução do efetivo provocou um sentimento de “insegurança, isolamento e sobressalto” na população da zona Norte deste concelho do distrito de Vila Real.
Em junho, o comando distrital da GNR de Vila Real deslocou o efetivo afeto ao posto de Pedras Salgadas para Vila Pouca de Aguiar, ficando apenas um guarda no atendimento ao público, entre as 09:00 e as 17:00.
Uma decisão que, para o PEV, “além de colocar em causa a segurança da população, compromete ainda a coesão territorial e intensifica a desertificação do interior”.
As populações das freguesias de Bornes de Aguiar, Bragado, Capeludos, Sabroso de Aguiar, Vreia de Bornes, Valoura e da União de Freguesias de Pensalvos e Parada de Monteiros ficaram, de acordo com o partido, “mais inseguras e isoladas ao assistirem à reestruturação dos serviços prestados pelos guardas no posto da GNR de Pedras Salgadas”.
Em dezembro foram divulgados nos órgãos de comunicação social vários assaltos realizados na mesma noite. Foram assaltadas seis habitações e um estaleiro de construção civil na freguesia de Carrazedo da Cabugueira.
“Este episódio serviu para sustentar o sentimento de insegurança das populações, porque o posto de Vila Pouca de Aguiar fica a mais de 20 minutos das freguesias envolventes. Aliás, experiências anteriores mostram bem as consequências de não haver forças de segurança em número suficiente em zonas particularmente suscetíveis”, referiu o PEV.
“Os Verdes”, através da Assembleia da República, questionaram o Ministério da Administração Interna, querendo saber que “objetivos se pretendiam na reestruturação operada pelo comando distrital de Vila Real de reduzir e limitar os serviços e competências do posto da GNR de Pedras Salgadas”.
Perguntaram ainda se considera o Governo “que os cerca de cinco mil habitantes que este posto servia têm um serviço de segurança igualmente eficaz com um efetivo tão reduzido”.
O Plano Nacional para a Coesão Territorial, apresentado pelo Governo em 2016, defende, segundo o PEV, a “proximidade das forças de segurança pública no Interior, com a descrição de medidas de manutenção de postos da GNR nos concelhos do interior, assegurando a proximidade das forças de segurança aos cidadãos residentes nestes concelhos”.
“Considera o Governo que a redução de efetivos nos postos de proximidade da GNR vai ao encontro deste objetivo e o que motivou esta inversão total de objetivos? Porque se retiram serviços às populações e territórios cada vez mais fragilizados, desertificados e abandonados?”, questionou ainda o partido.
Por fim, “Os Verdes” querem saber se o Governo “tenciona reverter esta decisão tão penalizadora para as populações”.
Recentemente, a Assembleia Municipal de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, aprovou uma moção contra aquilo que diz ser a transformação do posto da GNR de Pedras Salgadas num “mero balcão de atendimento” após a retirada do efetivo em junho de 2018 e deslocação para a sede do concelho.
Na próxima quarta-feira, o presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Alberto Machado, vai ser recebido em audiência pelo ministro da Administração Interna, para falar sobre este assunto.
A agência Lusa solicitou, na semana passada, um pedido de esclarecimentos ao comando nacional da GNR, não tendo recebido qualquer resposta até ao momento.