Segundo a Lusa, uma ação de fogo controlado para gestão de combustíveis em Alfarela de Jales, Vila Pouca de Aguiar, serviu de aula prática para os 20 formandos presentes. O curso contou com a presença de sapadores florestais e começou pela explicação dos procedimentos e do trabalho de preparação pré-queimada, que exige autorização da autarquia local.
Fatores que influenciam a dinâmica do fogo, tais como a vegetação existente e as condições meteorológicas, foram referidas pelo formador Marco Ribeiro, engenheiro florestal especializado no comportamento de fogo. “Consoante a validação que fazemos ao terreno, definimos uma estratégia e um plano B”, avisa.
O curso, que envolve a Aguiarfloresta – Associação Florestal e Ambiental de Vila Pouca de Aguiar e a LENHOTEC, foi bem recebido pelos pastores e criadores de gado presentes. Francisco Carocha afirmou ser “um ensino bom e rigoroso” e salientou os cuidados que “temos que ter todos”.
António Moutinho refere que as queimadas são “uma ótima forma de fazer a gestão”, até porque “não temos capacidade para fazer a gestão dos matos que se vão acumulando”. Esta gestão é dificultada pelos custos elevados, inadequação de meios mecânicos e irregularidade dos terrenos.
O uso de um drone para acompanhar as frentes de fogo e o rescaldo permitiu a recolha de imagens e vídeos que são, posteriormente, analisadas entre formadores e formandos. O curso, de 200 horas, possui componentes teóricas e práticas e procura “formar, capacitar” os pastores para que “o processo seja mais seguro” e “responda melhor às suas necessidades”. No entanto, o “processo é demorado” e o acompanhamento por técnicos especializados será necessário por algum tempo.
A vindoura Escola dos Pastores, que arrancará em maio com aulas na serra do Alvão, está também associada a esta iniciativa.