Na segunda-feira, a notícia de que Elsa Escobar "bateu com a porta" surpreendeu tudo e todos. A vereadora da câmara de Macedo de Cavaleiros renunciou ao mandato, depois de em janeiro ter assumido a vice-presidência, quando Pedro Mascarenhas colocou os seus pelouros à disposição.
A reação do presidente da câmara à demissão da vice-presidente chegou através de um comunicado, no qual Benjamim Rodrigues agradeceu "o trabalho feito pela eleita", acrescentando que a demissão aconteceu por "razões pessoais".
Nesse mesmo comunicado, a autarquia fez saber que Sónia Salomé irá ocupar o lugar de Elsa Escobar, mas sem pelouros atribuídos, sendo que Rui Vilarinho assume a vice-presidência.
Agora, quase uma semana depois, o autarca macedense explicou, à Rádio Onda Livre, que "os pelouros vão ser distribuídos por mim e pelo vereador Rui Vilarinho, durante um escasso período de tempo, enquanto estamos a ultimar as candidaturas, uma vez que a Sónia Salomé era quem estava com essa responsabilidade. Estamos numa fase crítica de execução e pedidos de pagamento, e não podemos estar a sobrecarregá-la com os pelouros. É uma questão de meses e, certamente que, em pouco tempo, teremos já a Sónia disponível para assumir completamente os pelouros”
Elsa Escobar tinha a seu cargo as áreas do Associativismo Municipal, nas vertentes Social, Cultural e Ensino, as áreas da Cultura, Jardins e Espaços Públicos, Defesa do Consumidor, Desenvolvimento Social e Saúde, Educação e Ensino, Juventude, Modernização Administrativa e Qualidade, e ainda Património Cultural, Biblioteca e Arquivo Municipal.
Entretanto, também a oposição já reagiu à demissão de Elsa Escobar. O PSD de Macedo de Cavaleiros mostra-se preocupado com o estado de governação do executivo e com o que diz ser um “desnorte” na gestão autárquica, refere Nuno Morais, presidente da concelhia.
“Quando o então vice-presidente, Pedro Mascarenhas, se demitiu, já demonstrámos a nossa preocupação perante o destino que esta gestão autárquica estava a ter e o caminho que estava a percorrer, o que se vem agora consubstanciar com a demissão da até então vice-presidente. Isto preocupa-nos muito, não só porque dá uma imagem pública da autarquia e do concelho que não é abonatória, mas também porque dá ideia de uma gestão autárquica em desnorte”, refere Nuno Morais, presidente da concelhia do PSD.
Além do PSD, também o movimento independente Unidos Por Macedo, candidato às eleições autárquicas de 2021, cometou a saída da vice-presidente. Para Rui Vaz "há aqui, notoria e nitidamente, uma falta de liderança. Desde o início que ela foi notória e começa a dar fruto, o resultado está à vista. Há também uma notória influência de pessoas não eleitas exteriores ao executivo. Portanto, há aqui fatores que se vão conjugando e que só podiam levar a isto que estamos a assistir, muito preocupante, e sabendo que estamos ainda a um ano de eleições”.